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O peso de uma lágrima

Highslide JS

Quanto pesa a gota de uma lágrima, você saberia me dizer?  Esse valor depende de muitas variantes. Existem lágrimas que brotam pela dor, pelo amor, pelo prazer, pela tristeza... Depois das lágrimas de Cristo, as lágrimas mais pesadas são as que brotam nos olhos das mães. Recentemente, conversei com uma mãe que me fez pensar nisso. A história foi mais ou menos assim:

Eu tenho cinco filhos e o último é de criação. Sempre procurei tratar bem todos eles e nunca medi sacrifícios para que eles pudessem ser felizes. O mais velho, no entanto, não gosta de mim e eu não sei por quê. Sempre foi rude e agressivo. Eu nunca soube como lidar com ele direito. Para piorar as coisas ele casou-se com uma mulher que também não gosta de mim. Ele não mora longe de minha casa, mas, apesar disso, faz cinco anos que não o vejo! Passam aniversários, dia das mães, doenças e ele nem liga. Parece um inimigo.

Confesso que estou com muita saudade dele (lágrimas nos olhos...). No último natal reuni a família e assei um peru. Meu coração estava partido, mas, esperava que ele viesse juntar-se a nós, pois, assim como os outros, ele também foi convidado. As horas passavam e ele nada de chegar! Para minha tristeza ele não compareceu. No outro dia, pela manhã tomei um pedaço daquele peru juntei mais algumas coisinhas que ele gosta e mandei entregar em sua casa. Como o portador não o encontrou deixou com um dos meus netos.

Pensei que aquele poderia ser um gesto de amizade e carinho. Minha tristeza, no entanto, só aumentou, pois ao final do dia ele mandou devolver tudo o que lhe mandei. Chorei a noite inteira de tristeza. O que devo fazer com esse filho? Aquela pobre mãe, com os cabelos grisalhos, contou-me sua história misturada aos soluços e lágrimas.

Ao final da narrativa também tive vontade de chorar, mas me contive para orientá-la. Como pode ter alguém de coração tão duro, meu Deus! Se alguém age assim com a própria mãe o que não faria com os outros? Foi muito difícil achar palavras para consolar aquela pobre mãe, abandonada por um dos seus filhos.

A gente nunca vai entender bem a profundidade da relação mãe e filho. O filho é parte da mãe, pois o seu corpo formou-se no interior do corpo dela. O coração do filho bateu nove meses debaixo do coração da mãe. Sua respiração foi a respiração dela e seus sentimentos foram os dela também. Há um mistério nessa união intrínseca e o nome dele é amor! Se me pedirem para definir mãe eu direi que mãe é amor.

Penso, que na terra, o amor que mais se aproxima do amor de Deus por nós, é o amor de mãe. Ao ver gotejar as lágrimas dos olhos daquela mãe fiquei imaginando o peso de cada gota  que brotava seu coração machucado. Ao final de nossa conversa, que aconteceu ao ar livre, havia um pontinho de areia encharcado no chão. Tive vontade de apanhar aquela areia e guardá-la como relíquia. O amor que a umedeceu era capaz de curar qualquer doença. Era amor em estado líquido!

Terminada nossa conversa ela saiu mais aliviada e eu fiquei muito pensativo. Naquela mãe, entendi um pouco do calvário. Assim como ela, Cristo derramou por nós o seu sangue e suas lágrimas e, assim como o seu filho, ingrato, nós também costumamos virar-lhe, as costas.  Que Deus nos perdoe pela nossa falta de amor e sensibilidade!

Texto: Pe. Gabriel
Foto Ilustrativa: Reprodução Pexels







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