A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (20) uma operação de combate a uma organização criminosa especializada em fraudes bancárias. Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos estados de Pernambuco e São Paulo. De acordo com a PF, os valores furtados das contas das vítimas, mediante técnica de engenharia social, eram repassados para as contas dos investigados.
O foco da operação "Endrômina" está nos suspeitos que emprestam as contas para a prática criminosa. Até o momento, a PF já identificou um montante desviado de R$ 139.700,00. Em Minas Gerais, não teve alvos da operação, mas, segundo o delegado Gustavo Paolinelli, o Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD), em Divinópolis, é uma das vítimas da quadrilha e pode ter tido um prejuízo estimado em R$ 140 mil.
A operação "Endrômina" é mais uma fase da operação "Não Seja Um Laranja da Força-Tarefa Tentáculos", que tem como um dos principais pilares a cooperação com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e instituições bancárias associadas no combate às fraudes bancárias eletrônicas.
Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão em residências nos municípios de Jurema (PE), São Bernardo do Campo e Osasco (SP). Os envolvidos poderão responder pelos crimes de furto qualificado e de associação criminosa, cujas penas somadas podem chegar a até 11 anos de reclusão e multa.
O delegado Gustavo Paolinelli explica que a quadrilha, por meio de um laranja, usou o nome de pessoas ligadas a direção do CSSJD para fazer movimentações bancárias. "Eles [ quadrilha] utilizam vários tipos de fraude, desde uma engenharia social, que é enganar, ligar para o gerente do banco, até o phishing, que é encaminhar links para a pessoa poder clicar.
Nesse caso, foi uma espécie de engenharia social. Ligaram, se apresentando como diretores e conduziram o gerente a uma falsa realidade”.Ainda segundo Paolinelli, a princípio, o prejuízo financeiro para o Complexo de Saúde foi de R$ 140 mil. "Em relação a esses investigados, normalmente eles servem contas para mais pessoas. Então, o prejuízo pontual da nossa investigação aqui foi R$ 140 mil, mas o valor pode ser maior que isso".
Em nota, o CSSJD informou que o golpe ocorreu no dia 18 de janeiro de 2023, e na ocasião um boletim de ocorrência foi feito pela instituição.
'Importante destacar desde já, que o golpe foi aplicado por criminosos à uma das instituições financeiras que nos atende, sendo o CSSJD a vítima, uma vez que os protocolos de segurança do banco não foram cumpridos em sua totalidade pela entidade bancária, sendo que, para retirada de qualquer valor das contas vinculadas ao hospital, são necessárias assinaturas concomitantes de dois diretores do Complexo de Saúde, e somente os computadores cadastrados, liberados e autorizados pelo banco podem fazer transações bancárias, fato este que não ocorreu.
A ação se deu por uma ligação telefônica para a agência bancária quando o meliante se passou pela então Diretora Presidente da Instituição. Na ocasião um dos assistentes do banco, que sequer havia tido qualquer contato com a Diretora, atendeu a ligação e liberou a ação, sem observância dos processos de segurança da própria agência bancária, o que culminou no êxito do golpe aplicado à instituição bancária.
Tal fato foi identificado pela própria agência que reuniu emergencialmente com os Diretores do Complexo de Saúde e informaram sobre o golpe, que subtraiu um montante aproximado de R$ 140 mil reais de seis contas do Hospital.
Todos os valores debitados das contas no dia 18 foram estornados à sua origem no dia 25 de março de 2023, pelo próprio banco. Por fim, destacamos que, apesar da instituição possuir mais de 100 contas por trabalhar com contas de valores públicos vinculados, apenas as seis contas foram afetadas, todas pelo não cumprimento do processo de segurança do banco, que não exigiu as duas assinaturas obrigatórias de seus Diretores à época."
G1 Centro-Oeste
Foto Ilustrativa: Polícia Federal (PF) - Divulgação
