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Souza Paiol é responsabilizada por manter 116 trabalhadores escravizados

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A Souza Paiol foi responsabilizada por manter 116 trabalhadores escravizados na colheita de palha para os cigarros de sua empresa. As pessoas, que incluíam cinco adolescentes, um de apenas 13 anos, não tinham nenhum direito trabalhista, dormiam em alojamentos péssimos e não recebiam equipamentos de proteção individual.

Os trabalhadores eram recrutados em Pompéu, na região Centro-Oeste de Minas Gerais. A cidade fica a 90 quilômetros da sede da Souza Paiol, localizada em Pitangui. Outros trabalhadores migraram do Maranhão, Piauí e interior de São Paulo. Os colaboradores  eram obrigados a pagar pelos materiais de trabalho que deveriam ser dados pelo empregador, como as facas usadas para separar a palha da espiga, as pedras para amolá-las e até as fitas adesivas usadas pelos trabalhadores para protegerem os dedos.

O  flagra aconteceu durante uma fiscalização trabalhista em uma fazenda em Água Fria de Goiás (GO), a 140 quilômetros de Brasília. Segundo relato do grupo, eles trabalhavam com fome, pois a jornada começava às 5h e eles não tinham direito a café da manhã – a primeira marmita chegava apenas às 11h.

Segundo o auditor-fiscal do trabalho, Marcelo Campos, que coordenou a operação feita pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel eles temiam sofrer um mal súbito, já que recebiam apenas uma marmita no dia, com uma refeição precária. Eles também não recebiam itens de higiene básicos, como sabão ou papel higiênico. Durante a colheita, em plena pandemia, precisavam beber água da mesma garrafa.

Os alojamentos eram superlotados e grande parte dos trabalhadores não tinha tomado vacina contra a Covid-19. 
Os 116 trabalhadores receberam indenizações pagas pela Souza Paiol que, somadas, chegam a R$ 900 mil. José Haroldo de Vasconcelos, dono da empresa, disse que os trabalhadores eram terceirizados.

No entanto, um depósito de R$ 600 mil realizado pelo proprietário da Souza Paiol permitiu a identificação do responsável pela contratação dos “gatos”, pessoas que recrutavam os trabalhadores. 
As negociações entre Vasconcelos, o empresário da Souza Paiol, e os contratantes da mão de obra eram totalmente informais, sem documentos assinados e baseadas apenas em acordos verbais.

Ele negociou com dois contratantes para que eles montassem uma frente de trabalho e recrutassem os trabalhadores para colher a palha do milho na Fazenda Araçá, em Água Fria de Goiás. Questionado sobre a transferência de R$ 600 mil, disse se tratar de um adiantamento para pagar a palha do milho.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Defensoria Pública da União (DPU), porém, entenderam diferente e vão propor um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Souza Paiol. Vasconcelos disse que também não está pagando as indenizações aos trabalhadores, mas que apenas emprestou o dinheiro para que seus fornecedores pudessem fazer os pagamentos aos resgatados.

Antes de ser flagrado com trabalho escravo, Vasconcelos foi alvo de uma operação do Ministério Público de Minas Gerais e da Receita Estadual, que o acusou de sonegação fiscal e de não ter pago cerca de R$ 20 milhões em tributos. 

Segundo as investigações realizadas em 2019, o grande volume de produção e venda não declarados gerou um lucro que pode ter sido usado para a aquisição de mais de uma dezena de imóveis em bairros nobres de Belo Horizonte e Nova Lima (MG). 
Vasconcelos disse que assumiu a dívida, negociou com a Receita Estadual e está pagando as parcelas do montante que sonegou.

Informações da reporterbrasil.org.br






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