Que as compras nos supermercados estão ficando cada vez mais caras, todo mundo sabe. O desafio agora é perceber, antes de colocar no carrinho, produtos com embalagens menores que mantém o preço como se tivessem o peso anterior. O Jornal da Manhã vem recebendo muitas queixas nesse sentido. Os consumidores estão frustrados com esta realidade que passou a englobar um leque maior de produtos.
A moradora do bairro São Francisco, Valéria Ferreira, disse que ficou impactada com a redução do pacote de biscoitos. ‘Mas o preço oh, tá lá em cima.” Já a dona Joana Silva, do bairro Nossa Senhora das Graças, não esconde a decepção com as marcas de sabão em pó. “Antes era um quilo, agora são 900 gramas, e o preço já subiu duas vezes de junho para cá”.
Para os que não dispensam um chocolate, a situação é ainda pior. A quantidade vem caindo tanto que os consumidores até brincam: “Daqui a pouco a gente só vai levar a embalagem pra casa”. E esta realidade não vem sendo percebida só em Pará de Minas. O varejo do país todo está assim, convivendo com o fenômeno conhecido por “reduflação”.
A prática se resume na redução do tamanho das embalagens ou na quantidade dos produtos, mas mantendo ou até elevando os preços. Atualmente a estratégia atinge diversos produtos, como biscoitos, salgadinhos, sabão em pó, amaciantes, extratos de tomate e vários outros. No caso do biscoito água e sal, por exemplo, algumas marcas adaptaram as embalagens de 200 para 166 gramas. No extrato de tomate, a redução média foi de 20 gramas.
Mas apesar dessas situações assustarem os consumidores a prática é antiga no Brasil, embora fosse menos usada. Ela acontece sempre que ocorre grande pressão de preços. Segundo especialistas de mercado é uma tentativa que a indústria faz para continuar vendendo, mas também de repassar seu custo para o consumidor, que acaba não sentindo diretamente.
Os proprietários de supermercados também confirmam que o procedimento sempre aconteceu. Segundo eles, a indústria fala que é para adequar ao novo modelo de consumo de famílias menores, de lanches rápidos em vez de refeições. Mas eles percebem que não é isso, é estratégia para tentar conter o aumento do produto.
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