Estudantes de Pará de Minas fazem parte da triste estatística de universitários que, para sobreviver em outras cidades, estão se submetendo a condições muito difíceis. Na busca de repúblicas mais baratas ou pequenos apartamentos que cabem no orçamento, muitos estão se virando em ambientes improvisados.
Tanto em Belo Horizonte como nas cidades onde estão instaladas as universidades federais, a disputa por uma vaga é grande. E na ausência dela, junto com o bolso vazio, os improvisos estão acontecendo. Para não ficar na rua, enquanto aguardam oportunidade melhor, os alunos se submetem aos anúncios que chegam a ser assustadores.
São quartos sem janelas, despensas e varandas disfarçadas de cômodos para dormir. A estudante F. A. M., de 19 anos, cuja família mora no bairro da Providência, disse que está se sentindo em uma gaiola. Para viver em Belo Horizonte e frequentar o curso na UFMG ela está pagando R$700,00 para dormir em um porão.
A situação de uma amiga próxima é pior, porque ela ocupa o banheiro e toda noite carrega o colchão pra lá. Já tentou sair de lá, mas a família não dá conta de pagar um aluguel mais caro, sem falar na despesa com transporte. F.A.M. também revelou ao Jornal da Manhã que está convivendo com várias universitárias em condições parecidas e não vê solução em curto prazo, diante de tantos problemas econômicos no país.
Para não entrar em desespero, ela disse que está estudando muito na expectativa de se tornar uma das alunas de destaque da turma e conseguir algum estágio. Mas lamentou: “Não é fácil, só mesmo muita persistência para enfrentar essas dificuldades”.
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