Famílias que moram próximas ao Lago Azul estão na expectativa para a conclusão da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do município de Itaúna, que promete contribuir para a redução de dejetos despejados no leito d’água.
As obras estão em andamento, mas ainda não há previsão de quando a estrutura será concluída e colocada em funcionamento. De acordo com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Itaúna, a ETE terá capacidade para tratar 100% do esgoto urbano do município.
O planejamento inicial é tratar 219 litros de efluentes por segundo-vazão estimada de acordo com o número de habitantes de Itaúna. No entanto, a capacidade instalada da ETE será de até 400 litros por segundo, prevendo o crescimento populacional até 2050.
Ainda de acordo com o SAAE, a Estação de Tratamento de Esgoto trará muitos benefícios para o Rio São João, principal afluente da cidade.
Essa é a esperança das famílias que residem em propriedades próximas ao reservatório, pois, nos últimos anos, o rio tem sofrido com o lançamento de dejetos industriais em seu leito, provocando uma degradação ecológica no lago azul, que fica na divisa entre Conceição do Pará e Pará de Minas.
Uma das consequências dessa poluição são os aguapés, plantas aquáticas que se proliferaram ao longo do espelho d’água, manchando um dos cenários mais bonitos da região.
Importante destacar que os efluentes lançados não são apenas do município de Itaúna, mas a instalação da ETE vai reduzir de forma significativa a poluição do lago. Para Geraldo Fernandes, que reside na comunidade de Pequia, em Conceição do Pará, a estação de tratamento pode ser encarada como um passo inicial para a recuperação de um dos cartões postais do Centro-Oeste mineiro.
Geraldo Fernandes revelou que chegou a procurar o prefeito de Pará de Minas, Elias Diniz, para pedir uma intervenção para limpar o lago azul. Segundo ele, o prefeito se mostrou preocupado com a situação e interessado em ajudar. Mas até o momento, não há informação se o município fará alguma ação nesse sentido.
A poluição do lago já foi tema de discussões na Assembleia Legislativa, através da Comissão de Meio Ambiente, mas apesar dos debates, poucas medidas eficazes foram tomadas. O assunto, também, já foi tema de trabalhos universitários.
Foto: Amilton Maciel/Rádio Santa Cruz FM
