A pandemia quebrou o ritual de compras de material escolar e uniformes. O movimento nas lojas nos meses de dezembro e janeiro foi transferido para fevereiro, coincidindo com as férias da rede pública e parte do recesso das escolas particulares. Mas nem mesmo assim as vendas de material escolar deram aquele impulso desejado pelo comércio especializado.
É que o arrocho financeiro das famílias induziu ao reaproveitamento. Com as aulas remotas, o consumo de cadernos e outros materiais do dia a dia caiu pela metade. Os pais também não estão muito dispostos a investir em lançamentos que fazem a cabeça de crianças e jovens. A palavra de ordem é economizar.
A necessidade de reduzir custos também vai se estender à compra dos uniformes escolares. Assistindo aulas de casa os alunos abandonaram os uniformes, por isso o aproveitamento deles será maior. As fábricas especializadas já perceberam a realidade e com medo de enfrentar mais perdas frearam o ritmo da produção.
E além da incerteza sobre as vendas neste ano, os fabricantes de uniformes estão enfrentando a escalada dos preços de matéria-prima no setor, impulsionada pela alta do dólar. Nesse cenário, há risco de que a demanda não seja imediatamente atendida quando houver data para retorno da aulas presenciais, já que o mercado não está preparado.
Ninguém fez investimentos necessários por falta de capital e a cadeia inteira será prejudicada. O mercado registra falta de algodão, plástico e outros itens básicos na produção de uniformes. E mesmo naqueles produtos que não desapareceram, existe um problema. O prazo de entrega aumentou bastante, dependendo da situação varia de 60 a 90 dias.
Foto Ilustrativa: Prefeitura de Pará de Minas/Reprodução