A rede pública de ensino está iniciando hoje o segundo semestre letivo, ao passo que na rede particular o retorno das aulas fica a critério de cada estabelecimento, mas a maioria já confirmou o reinício das aulas para amanhã.
Os estudantes voltam animados, depois de um recesso de duas semanas, mas para os professores e demais profissionais da área o desafio será a tentativa de reverter os dados preocupantes da pesquisa Alfabetiza Brasil.
O levantamento mostra que o processo de alfabetização tem demorado demais. Em todo o país, 56% dos alunos do segundo ano do Fundamental, que são os de 7 e 8 anos, não sabem ler nem escrever. A pesquisa também confirmou que Minas Gerais é o estado do Sudeste com a maior taxa de pessoas de 15 anos ou mais não alfabetizadas.
Agora pior que isso, só mesmo o novo levantamento nacional revelando o crescimento do número de jovens que faz parte do grupo do nem-nem, ou seja, nem estuda e nem trabalha. Esse índice subiu para 36% no país.
Não estudar e não trabalhar é uma situação presente em todas as faixas socioeconômicas. Especialistas se mostram muito preocupados, avaliando que as últimas reformas no país dificultaram a manutenção do jovem na escola e a entrada dele no mercado de trabalho.
A professora Mônica Peregrino, por exemplo, diz que a reforma do ensino médio, que estabeleceu mais tempo de estudo para os jovens, está diminuindo significativamente a escolarização regular noturna.
Já a reforma trabalhista piorou a qualidade do trabalho para os jovens e diante disso, segundo ela, o que se vê é o desalento deles, um cansaço e uma falta de horizonte.
Os especialistas sugerem que os governos ouçam os jovens e suas necessidades específicas, além de promover maior investimento na educação, principalmente em escolas técnicas.
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