Aviso a quem pretende comprar carro novo – a paciência vai precisar estar em primeiro lugar. O alerta é do Sindicato dos Concessionários de Veículos de Minas Gerais. O tempo médio de espera tem sido de 60 dias, mas poderá chegar a um ano dependendo do modelo e da marca. A situação também é caótica no restante do Brasil, pois existem apenas 76 mil veículos em estoque no país e esse número é suficiente apenas para 13 dias de vendas.
A falta de veículos novos para comercialização ainda está presa na ausência de peças, resultado das dificuldades de importação. A indústria automobilística está trabalhando com metade do estoque. As montadoras não têm componentes elétricos, chips nem display multimídia. A pandemia fez com que todos os insumos subissem de preço. O aço, o alumínio, a borracha e os derivados do petróleo foram impactados e, segundo especialistas, a tendência é da situação piorar.
Os reflexos disso estão gerando dois comportamentos no mercado. O primeiro deles é a facilidade das pessoas em vender carros usados, desde que estejam em bom estado de conservação. É só anunciar e os compradores aparecem. A outra consequência é a disparada de vendas dos seminovos. Elas cresceram 57% nos últimos meses em relação a 2020. Com isso, os seminovos passaram a ser vendidos com valores acima da tabela. É a velha lei da oferta e da procura.
E ontem em São Paulo, cerca de dois mil funcionários da Volkswagem em Taubaté e São Bernardo do Campo iniciaram férias coletivas. A paralisação é por causa da falta de peças e vai se estender por dez dias. Essa é a sexta vez que a fábrica, que produz os modelos Gol e Voyage, anuncia férias neste ano. Atualmente há 15 mil veículos parados no pátio esperando peças para serem concluídos.
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