Instituições do judiciário mineiro autorizaram o desbloqueio de mais de R$12 milhões das contas do Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas de Brumadinho (NACAB). A entidade foi denunciada por suspeita de irregularidades na prestação de contas aos municípios e comunidades atingidas pelo rompimento da barragem de rejeitos, na tragédia ocorrida em janeiro de 2019.
No entanto, depois de ouvir os esclarecimentos prestados pela entidade, as próprias instituições voltaram atrás na solicitação de bloqueio dos bens. O Ministério Público e a Defensoria Pública afirmaram que as informações são suficientes e satisfatórias para a liberação de valores que permitam a continuidade das atividades de campo da assessoria do NACAB, de forma a não prejudicar a reparação integral das comunidades que tiveram seu modo de vida alterado.
Com o sinal verde, os técnicos já iniciaram as visitas à chamada Região 3 do Rio Paraopeba. Adotando medidas de distanciamento social e segurança sanitária, eles percorrerão os municípios de Esmeraldas, Florestal, Pará de Minas, Fortuna de Minas, São José da Varginha, Pequi, Maravilhas, Papagaios, Caetanópolis e Paraopeba.
Nessa primeira etapa do trabalho eles vão mapear os pontos onde serão coletadas amostras para análise, com a finalidade de averiguar como está a qualidade da água para consumo humano em locais próximos ao Rio Paraopeba. Já na segunda etapa, será feita a análise da água nos pontos que estão sendo mapeados, para permitir a identificação de possíveis problemas relacionados ao rompimento da barragem da Vale, com especial atenção para contaminantes químicos que possam ser provenientes da lama de rejeitos.
A assessoria técnica independente do NACAB é uma conquista das comunidades da calha do Rio Paraopeba, atingida pela Mina Córrego do Feijão. Ela tem por objetivo auxiliar essas comunidades no processo judicial movido contra a Vale, sobre as perdas e danos decorrentes da tragédia.
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