O risco de faltar medicamentos usados na intubação de pacientes em UTIs está tirando o sono dos gestores dos hospitais particulares e públicos no Brasil. O estoque de analgésicos, sedativos e bloqueadores musculares está se esgotando rapidamente. Se isso acontecer teremos um novo gargalo na saúde, afetando muito a luta contra a covid-19. É que mesmo com a abertura de leitos nas UTIs, treinamento de profissionais e o suprimento de oxigênio, os médicos não conseguirão tratar dos pacientes sem a sedação.
A informação de que os estoques estão no limite é da Associação Brasileira dos Planos de Saúde. A entidade confirma que diante do crescimento do número de internações, o consumo de remédios explodiu. Esta também é a realidade do Hospital Nossa Senhora da Conceição que, além da demanda de Pará de Minas, está recebendo pacientes de várias cidades mineiras em busca de tratamento contra a covid-19.
A diretora financeira da instituição, Yanna Pascoal, diz que a reposição dos medicamentos está cada vez mais difícil, não só pelos preços mas pelo desabastecimento do mercado. Para não zerar o estoque na farmácia do hospital, ela tem antecipado a compra de muitos remédios:
Yanna disse que com a redução da oferta de medicamentos no mercado nacional, a disponibilidade de dinheiro em caixa já não basta:
E além da escassez dos medicamentos, os preços estão nas alturas. Na semana passada, a Anvisa autorizou um reajuste de até 4,88% nos valores. Acontece que a lei da oferta e da procura está agindo por conta própria, elevando demais os preços.
Aqui vão dois exemplos: o Midazolam, usado na sedação do paciente, subiu de R$14,00 para R$22,00 e a fila de espera para o fornecimento está grande. Já o anestésico Propofol subiu de R$17,00 para R$32,00.
Foto: Rádio Santa Cruz/Myrtes Pereira
