A Assembleia Legislativa começa a analisar nesta semana a proposta de reformulação da Polícia Civil de Minas Gerais. Os projetos que tratam do assunto já estão na Casa e a expectativa é que tão logo os deputados retornem do recesso parlamentar, em 1° de agosto, a tramitação seja iniciada nas comissões antes de ser levado a plenário.
O principal objetivo do governador Romeu Zema com a reformulação é desvincular o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MG) da Polícia Civil, com a argumentação de que sem os serviços relacionados ao trânsito a corporação terá mais condições de atuar nos assuntos policiais.
Pelas proposições de Zema, os policiais não seriam mais os responsáveis pelo registro e licenciamento dos veículos, nem da habilitação dos motoristas ou qualquer outra atividade relacionada ao trânsito.
A ideia é criar um novo Departamento de Trânsito, uma autarquia vinculada à Secretaria de Planejamento do Estado (Seplag), para assumir as responsabilidades do Detran.
Apesar da intenção do governador de melhorar as condições para a prestação do serviço da Polícia Civil, há quem se posicione contrariamente à proposta. É o caso de Denilson Martins, que foi policial civil por 30 anos e ocupou a presidência do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sindpol) por 18 anos.
Em visita a Pará de Minas Denilson conversou com o Jornal da Manhã, explicando o motivo de não apoiar as pretensões do Estado. Na opinião dele, a desvinculação não é necessária e sim mais investimentos na corporação.
Para reforçar seu posicionamento, Denilson Martins revelou alguns números que mostram a necessidade de mais efetivo para a Polícia Civil.
A possibilidade de desvinculação também não tem agradado os servidores administrativos da Polícia Civil. Eles já fizeram uma paralisação de 24 horas para protestar contra a decisão do governo de Minas. De acordo com o sindicato que representa a classe, caso o projeto seja aprovado pelos deputados e os trabalhadores remanejados eles vão perder benefícios.
Foto: Amilton Maciel/Rádio Santa Cruz FM