Tem uma expressão popular que explica o motivo pelo qual antigas profissões estão ganhando força em meio à crise econômica – “enquanto uns choram, outros vendem lenços”.
Se nas lojas de calçados as vendas caíram um pouco, comparado ao mesmo período do ano passado, o faturamento das oficinas especializadas em consertos aumentou.
É fácil entender esse movimento, bastando lembrar que os consumidores estão sempre em busca de economia, ainda mais em tempos tão bicudos, financeiramente falando.
Os serviços mais procurados são troca de salto, meia sola, tingimento de sapatos e bolsas. As oficinas de conserto registram diariamente a presença de clientes de todas as classes sociais, desde os mais simples aos mais chiques.
O reaproveitamento também atrai clientes de todas as faixas etárias, mas principalmente as mulheres, já que elas gastam mais com sapatos do que os homens.
Agora, mesmo com essa demanda crescente, as oficinas não estão conseguindo subir os preços da prestação de serviços, porque a concorrência está apertada.
A saída, segundo Aylton Cézar Barbosa, que é sapateiro há 28 anos e trabalha no centro de Pará de Minas, está no enxugamento da margem de lucros:
E foi contando o dia a dia de uma oficina de consertos que o sapateiro acabou revelando uma curiosidade que a maioria não sabe – sapato usado na caixa é prejuízo na certa:
Outro setor que tem se fortalecido diante dos bolsos vazios da maioria dos trabalhadores é o de costura. O que vale para os sapatos, vale para as roupas. Um detalhe aqui, outro ali, um corte especial e o que mais for preciso para reutilizar uma peça, têm movimento os costureiros da cidade.
