A Polícia Civil de Santa Catarina ainda tenta entender o que causou a morte de quatro jovens dentro de uma BMW no Balnerário Camboriú, no Litoral Norte do estado. As quatro vítimas eram naturais de Paracatu, interior de Minas Gerais, e estavam morando na Grande Florianópolis há menos de um mês.
O caso ganhou repercussão nacional diante do mistério que o envolve. Os quatro jovens, que tinham entre 16 e 24 anos, foram encontrados desmaiados dentro do veículo estacionado na rodoviária de Balneário, na madrugada de segunda-feira (1º). A principal suspeita da Polícia Civil é de intoxicação por monóxido de carbono, gás levemente inflamável e altamente tóxico.
A perícia encontrou rompimento no motor que pode ter jogado o gás para dentro do carro. Uma das linhas investigadas é a relação do vazamento com uma customização no escapamento do veículo, pois, segundo familiares das vítimas, essa modificação foi realizada dias antes do caso.
Para saber sobre essa possibilidade e alertar os motoristas a respeito dos riscos, o Jornal da Manhã conversou com Kennedy Emanuel de Faria, proprietário da Abelha Escapamentos. Há 23 anos no ramo, ele falou das chances de a intoxicação ter sido provocada por uma falha no escapamento, sobretudo em um veículo altamente protegido contra esses tipos de riscos.
Além das funções de desempenho, o escapamento também é responsável por reduzir o ruído e as emissões poluentes. O sistema é projetado para capturar esses gases, direcionando-os para fora do veículo e cada componente, como o catalisador, auxilia na redução da quantidade de poluentes liberados.
Segundo Kenneddy, o escapamento tradicional visa ser eficiente e silencioso, para reduzir os níveis de ruído do motor e dos gases de escape. Já o esportivo, realizado através da customização, visa melhorar o desempenho do motor e aumentar o ruído produzido pelos gases de escape, o que pode dar uma sensação mais esportiva ao som do veículo.
Na opinião dele, se houvesse um problema com a alteração, os ocupantes do veículo perceberiam pelo som alto e cheiro forte.
Uma das hipóteses já descartadas é a de morte violenta, já que o Instituto Médico Legal (IML) informou que não havia sinais de violência no corpo das vítimas. O caso segue sendo investigado.
