Segmento essencial no crescimento econômico da cidade, a construção civil continua com dificuldades de encontrar mão de obra disponível em Pará de Minas. A elevada taxa de rotatividade, o dia a dia no canteiro de obras e o desinteresse de parte da população mais jovem são empecilhos no andamento de muitas obras.
Com a demanda crescente, as construtoras até aumentaram a oferta salarial para algumas funções, além de crescer a lista de benefícios, mas isso também não tem sido suficiente para atrair os trabalhadores.
Um exemplo da consequência que a escassez de mão de obra provoca aconteceu numa das principais obras em andamento na cidade: a instalação da nova rede pluvial na rua Coronel João Alves com a praça Torquato de Almeida.
Segundo Jerônimo Luiz, profissional da Black Engenharia, responsável pela intervenção, o serviço poderia estar mais adiantado, mas isso se tornou inviável diante da pouca disponibilidade de trabalhadores no mercado.
A escassez de mão de obra na construção civil não é um problema só de Pará de Minas. Uma pesquisa divulgada no final de 2023, pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção, junto a 800 associados mostrou que 7 em cada 10 construtoras dizem sofrer com a falta de trabalhadores.
Os dados mostram que, em 2010, o Brasil tinha 3,2 milhões de empregados diretos e mais de 10 milhões em toda a cadeia. Hoje, são cerca de 2,7 milhões de trabalhadores, num momento em que o setor vive alta demanda imobiliária.
Ainda de acordo com a instituição, o problema começou em 2018, mas ganhou força na pandemia, quando muitos profissionais decidiram se aposentar ou trocar o serviço pesado por trabalhos informais, como o de motorista por aplicativo. O cenário é tão grave que o setor teme enfrentar o real risco de sofrer um apagão nos próximos dois anos por falta de mão de obra qualificada.
Fotos: Amilton Maciel - Rádio Santa Cruz FM