Sete anos depois, a justiça mineira deu fim ao processo aberto pela mãe de um jovem assassinado em Pará de Minas. Ela ajuizou a ação ao tomar conhecimento que as imagens do cadáver estavam circulando entre a população.
No processo, a auxiliar de serviços gerais afirmou que desde o momento em que o filho deu entrada no hospital, depois de ser baleado enquanto andava de bicicleta, ela permaneceu ao lado dele. Por isso, o registro só poderia ter ocorrido na funerária.
A mãe afirmou ainda que chegou a ser informada, por um funcionário da funerária, de que o jovem havia sido fotografado no local. Mas como ela estava em estado de choque e comoção, não pensou em procurar a polícia para fazer um boletim de ocorrência.
A mãe sustentou que a empresa demonstrou negligência e insensibilidade, ampliando o sofrimento causado pela perda súbita. A funerária que trabalhava na cidade, na época, contestou as acusações, alegando desconhecer a existência das fotos e que apenas a equipe de legistas teve acesso ao corpo.
Ainda segundo a empresa, as imagens eram de um momento anterior à realização do procedimento de necropsia, e por isso ela não poderia ser responsabilizada por condutas criminosas de terceiros.
Em primeira instância, o juiz Geraldo David Camargo condenou a funerária a pagar R$4 mil pelos danos morais. Mas a mãe recorreu, argumentando que o valor era insuficiente para compensar sua dor pelo ocorrido.
Diante desta alegação, o desembargador Maurílio Gabriel considerou o pedido procedente, aumentando a pena para R$20 mil e a decisão foi acompanhada pelos demais.
O caso foi encerrado agora, com o direito à indenização à mãe do jovem, e serve de alerta para pessoas que têm o hábito de postar imagens de crimes e acidentes nas redes sociais.
Foto Ilustrativa: Reprodução/TJMG - Divulgação
