Buracos, pavimento com defeito e falta de acostamento e de iluminação. Esses obstáculos são enfrentados, diariamente, por milhares de motoristas nas rodovias brasileiras e têm relação direta com o aumento de preço de uma variedade de produtos que são vendidos em supermercados, padarias, sacolões, entre outros vários estabelecimentos.
De acordo com a pesquisa CNT Rodovias, da Confederação Nacional do Transporte (CNT), a má conservação das estradas brasileiras aumentou, em média, 32,7% o custo operacional do transporte de cargas em 2023. A situação afetou negativamente no preço do frete e, por consequência, dos produtos que chegam aos consumidores.
O levantamento mostrou que a condição do asfalto é fundamental na estrutura de custos operacionais. Em rodovias com pavimento péssimo, os custos podem aumentar até 91,5% em relação a rodovias com pavimento ótimo. Já em rodovias com pavimento ruim, o aumento é de 65,6%. Para regular, 41%, e para bom, 18,8%.
Um dos principais vilões é o aumento do combustível, que representa entre 30% e 35% do custo total do transportador. Como boa parte das rodovias não apresentam condições satisfatórias de tráfego, motoristas freiam e reaceleram com maior frequência, além de trafegarem em velocidade inferior à prevista na via.
Diretor-executivo da CNT, Bruno Batista, deu mais detalhes sobre o aumento dos custos e como isso impacta no poder de investimento das empresas.
Ainda segundo a pesquisa da CNT, o consumo adicional de combustível também afeta o meio ambiente. A quantidade de diesel extra queimado resultou na emissão de mais de 3 milhões de toneladas de gases poluentes na atmosfera. Vale destacar, também, que a má conservação das rodovias ainda influencia em acidentes, colocando em risco a vida de milhares de pessoas.
A CNT Rodovias também apontou que 67% das rodovias brasileiras não estão em bom estado. Foram analisados mais de 111 mil km de malha pavimentada das rodovias federais e dos principais trechos estaduais.
Foto Ilustrativa: Germano Santos - Rádio Santa Cruz FM