Com a proximidade da Semana Santa que, neste ano ocorrerá entre os dias 10 e 17 de abril, muitas comunidades começam a se organizar para a realização de celebrações, encontros e procissões que são próprios deste período.
Tem ainda as comunidades que aproveitam o momento para manter antigas tradições, que não fazem parte da liturgia da Igreja. Uma delas é a Malhação de Judas ou Queima de Judas, costume que chegou ao Brasil no período colonial, através dos espanhóis e portugueses.
É uma encenação sobre a morte de Judas Iscariotes que, no Evangelho, foi o discípulo que traiu Jesus Cristo. Nesta tradição as pessoas costumavam montar um boneco, em tamanho natural, forrado de serragem e trapos para levá-lo pelas ruas e praças de um bairro e atear fogo, simbolizando a morte do traidor.
Nas décadas de 1980 e 90, a tradição no Brasil foi marcada pela crítica social, quando as pessoas costumavam colocar no lugar do rosto de Judas, máscaras com fotos de políticos, técnicos de futebol e outras personalidades que não eram bem aceitas pelo povo.
Com o passar do tempo, a prática foi deixada de lado pelas paróquias, por ser interpretada por alguns como incitação à violência, mas a tradição resistiu às críticas e voltará a ser encenada. Um exemplo está na comunidade rural de Ascensão, zona rural de Pará de Minas, onde os organizadores já estão cuidando dos detalhes para um chamativo evento no sábado da Semana Santa.
Entre os voluntários, Antônio Carlos de Araújo, o popular Cajuru, conta como será a programação e reforça a importância desse tipo de tradição.
Cajuru também pede ajuda na arrecadação de donativos.
A Queima do Judas na praça de Ascensão acontecerá no dia 16 de abril, às 19h.
Foto:WIKIPÉDIA
