Responsável por cerca de 20 mil empregos diretos - e aproximadamente 40 mil indiretos - o polo calçadista de Nova Serrana tem trabalhado para superar os desafios impostos pela crise provocada pela pandemia do Covid-19.
Mesmo com as incertezas sobre o futuro, as indústrias têm unido gestão e criatividade para fugir dos reflexos negativos do atual cenário e evitar uma tragédia com o desemprego em massa. A avaliação é do presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana (Sindinova), Ronaldo Andrade Lacerda.
Em entrevista ao Jornal da Manhã, ele esclareceu como está sendo o processo de retomada das fábricas e quais as previsões para os próximos meses, tendo em vista que o setor depende do funcionamento de estabelecimentos comerciais em outras cidades mineiras e até mesmo de outros estados, como São Paulo.
Lacerda descreveu o momento como um recomeço. Segundo ele, as fábricas suspenderam as atividades no final de março e só retomaram em abril, operando com uma média de 20% da capacidade. Por causa desse baque inesperado, foi inevitável o fechamento de postos de trabalho.
Qualquer previsão para o futuro é muita incerta, pois o sucesso de vendas passa pelo baixo número de pessoas infectadas nas cidades onde os calçados são comercializados. Também não se pode esquecer de Nova Serrana, núcleo de toda a produção. Ainda assim, o Sindinova não perde a esperança de que, mês a mês, as fábricas aumentem o volume de produção.
A crise do Covid-19 foi um verdadeiro banho de água fria para o setor calçadista em Nova Serrana. No início do ano, a previsão era que a indústria registrasse um crescimento entre 6% e 8% na comparação a 2019. Agora, com a pandemia, não se sabe se chegará ao resultado do ano passado, quando teve alta de 3% frente a 2018. Segundo o Sindinova, o polo calçadista é formado por mais de mil fábricas e produz cerca de 105 milhões de pares anualmente.
Foto: Facebook Sindinova
