Acompanhando uma tendência perigosa, do ponto de vista da saúde pública, o município de Pará de Minas também não conseguiu bater a meta de vacinação contra o Papiloma Vírus Humano (HPV). Segundo dados apresentados pela Secretaria Municipal de Saúde, em 2022, a cobertura ficou em 74%, abaixo da meta estipulada pelo Ministério da Saúde de 90%.
O imunizante contra HPV é aplicado na rede pública de saúde para meninos e meninas de 9 a 14 anos de idade. Ele protege contra diferentes doenças provocadas pelo vírus, como cânceres do colo do útero, vulva, pênis, boca e garganta.
Até setembro do ano passado, o Programa Nacional de Imunização (PNI) estabelecia a proteção para meninos de 11 a 14 anos, enquanto para as meninas já era determinado que a vacinação ocorresse de 9 a 14 anos. Porém, o Ministério da Saúde decidiu estender a faixa etária para o sexo masculino para dar continuidade à oferta gradativa da vacina.
Érica Regina da Silva, responsável pelo Setor de Imunização da Secretaria de Saúde, esperava que o índice de vacinação em Pará de Minas fosse melhor. No entanto, ela reconheceu que a divulgação em torno desta prevenção não foi tão maciça quanto outras, trabalho que será fortalecido em 2023.
As ações nas escolas, conforme citado por Érica Regina, dizem respeito à vacinação nas unidades de ensino. A equipe da saúde faz contato com a instituição, pede autorização dos pais e planeja um dia de imunização, tomando os devidos cuidados no transporte e aplicação das doses.
A última vez que este trabalho foi realizado nas escolas, com o intuito de vacinar os adolescentes contra o Papiloma Vírus Humano, foi antes da pandemia, em 2019.
Ainda segundo a responsável pelo Setor de Imunização, a vacina contra HPV é ofertada gratuitamente somente para a faixa etária recomendada pelo Ministério da Saúde. Fora dela, os pais só conseguirão a dose na rede particular, mas por um valor significativo.
Além das unidades básicas de saúde, a vacinação também é realizada aos sábados, no AME, no bairro Senador Valadares, entre 8h e 12h.
Desde que a vacina contra HPV foi instituída no Plano Nacional de Imunização, em 2014, Minas Gerais nunca conseguiu bater a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde.
Dados da Secretaria Estadual de Saúde mostram que a cobertura acumulada em crianças e adolescentes, do sexo feminino, entre 9 a 14 anos, entre 2014 e 2020 é de 66,12%. Entre os meninos na faixa de 11 a 14 anos, entre 2017 e 2020, a cobertura alcançou 54,27%.
Outro dado que preocupa é o resultado de uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O estudo apontou que 47,1% de adolescentes com idade entre 13 e 17 anos não sabem que têm que tomar a dose para se proteger das doenças provocadas pelo HPV.
De acordo com os pesquisadores da UFMG, a pesquisa foi realizada para possibilitar o entendimento do motivo pelo qual a cobertura vacinal não é alcançada. O resultado chamou muito a atenção pelo desconhecimento e também pelo impedimento dos pais.
Foto: Prefeitura de Pará de Minas/Divulgação
