A pandemia que se instalou no Brasil em março mudou radicalmente a rotina das pessoas. Permanecendo mais tempo em casa as famílias passaram a cozinhar mais, aumentando a frequência das compras no supermercado e, consequentemente, os gastos.
E na medida em que os alimentos vão subindo de preço, manter a despensa abastecida passou a exigir mais do orçamento doméstico. Produtos como cereais, oleaginosas e tubérculos já estão mais caros, com destaque para o arroz, feijão e o óleo.
Já a carne bovina disparou e tem aparecido menos nas refeições.E se para o trabalhador as despesas estão crescendo muito, para quem trabalha no ramo da alimentação a preocupação é maior.
É o caso do prestador de serviços Ríguenz Ávila, do bairro Santa Edwiges, que trabalha com o fornecimento de marmitex. Ríguenz vende, em média, 50 marmitas por dia, cada uma a R$12,00.
O desafio de se manter no mercado vai muito além da qualidade da comida, já que agora ele precisa fazer milagres para manter o preço:
O setor supermercadista também enfrenta dificuldades na reposição dos estoques. O diretor da Rede Panelão, Daniel Peixoto, declarou que em mais de vinte anos de profissão nunca enfrentou situação assim. A explicação está na alta do dólar e no mercado mais voltado para as exportações:
Daniel isenta os supermercadistas da responsabilidade pelo encarecimento dos produtos e diz que tem feito o possível para evitar os repasses ao consumidor.
E é nesse cenário de preços cada vez mais altos que os consumidores estão gastando mais e levando menos produtos pra casa. Especialistas alertam para a importância de se adotar uma conduta de consumo consciente. A ideia é pesquisar os preços e priorizar os produtos de primeira necessidade, deixando o supérfluo para quando a situação estiver mais favorável.
Foto: Amilton Maciel/Rádio Santa Cruz FM