Considerada pela OMS um dos maiores problemas de saúde pública entre crianças e adolescentes em países em desenvolvimento, a violência contra pessoas entre 0 a 17 anos ainda está longe de ser combatida.
São diferentes formas de violação dos direitos desse público, sendo os crimes sexuais os líderes das estatísticas. Em Minas Gerais, por exemplo, segundo dados do governo estadual, a média deste ano é de 250 casos por mês, de todos os tipos de violência. Quando se classifica apenas as agressões sexuais, são quase cinco casos por dia.
Aqui em Pará de Minas, as estatísticas de atendimento do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), mostram que até o mês de junho, o órgão atendeu 30 casos, que vão das violências física e psicológica, abuso ou exploração sexual, à negligência e o abandono.
Esse registro contabiliza apenas os casos encaminhados ao CREAS, através de um trabalho em rede que conta com o apoio do Poder Judiciário. Mas existem outras notificações que são reportadas para as autoridades policiais, cuja demanda não é repassada ao serviço assistencial.
E o pior de tudo isso, é que a maior parte dos casos atendidos acontece dentro do seio familiar. A informação foi dada pela assistente social do CREAS, Geisse Gomes Ribeiro:
A assistente social relata ainda que por vergonha ou medo, muitas crianças só contam os casos em outros locais, como nas escolas, por exemplo. Por isso, um trabalho conjunto com as redes de ensino é desenvolvido para identificar as vítimas.
Para o coordenador do CREAS, Marcos Antônio Figueiredo Santos, o aumento do número de ocorrências se deve à maior conscientização das pessoas sobre onde e como fazer as denúncias.
As denúncias podem ser feitas no Disque Denúncia (181), Disque 100, Polícia Militar (190) e no Conselho Tutelar – (37) 9 9803-3913. A violência contra crianças e adolescentes também foi destaque entre as tantas abordagens do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Houve crescimento em todos os tipos analisados, com destaque para os crimes sexuais, como estupro, exploração e pornografia infanto-juvenil. Juntos, eles tiveram alta de 15,04%, com mais de 54 mil casos registrados. Os dados são nacionais e não há uma estratificação por município.
Foto: Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Pará de Minas
