A manifestação dos trabalhadores da Santanense em Pará de Minas, na última quarta-feira, ligou o sinal de alerta para a situação da indústria têxtil no município e no Brasil como um todo. Como o JM informou, um grupo de trabalhadores se reuniu no portão da fábrica atrás de respostas para o atraso de tickets, salários, encargos e também para saber quando voltarão ao trabalho, já que a produção está suspensa há mais de um mês.
Sem uma resposta da Santanense, eles seguem na expectativa e com preocupação, já que a indústria têxtil no Brasil enfrenta problemas já há alguns anos. A Santanense continua em silêncio e para saber mais sobre o assunto o JM conversou com o diretor da Coopertêxtil, Júlio José de Morais, e ele aponta a concorrência asiática como principal problema.
Júlio define o mercado chinês como um concorrente predatório, já que a entrada dos produtos no Brasil provocou o enfraquecimento da indústria nacional e até o fechamento de algumas fábricas. Mas a pandemia de Covid-19 foi outro agravante para o enfraquecimento do setor:
Em relação ao encarecimento dos insumos, caso do algodão, Júlio explica que este é um problema só para as indústrias que já estavam comprometidas pela falta do capital de giro.
Sobre a expectativa de recuperação das empresas que enfrentam situações de instabilidade, o empresário defende a criação de políticas de apoio ao setor:
Importante destacar que Júlio Morais não está analisando a situação da Santanense, uma vez que nem mesmo a própria empresa se manifestou até o momento. A avaliação dele diz respeito à produção têxtil de forma geral, que segue enfrentando desafios para se manter em atividade no Brasil.