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Ministério Público abre investigações em cima de empresas acusadas de intoxicar e explorar moradores de Pompeu

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O município de Pompeu, que fica a 80 kms de Pará de Minas, está enfrentando um problema sério, relacionado ao uso indevido de agrotóxicos. Trata-se da pulverização aérea e terrestre de defensivos agrícolas que tem adoecido os moradores. As maiores vítimas são as famílias que vivem nos assentamentos Queima Fogo e Chácara Chorios, além da comunidade quilombola Saco Barreiro. O problema começou quando, sem qualquer aviso prévio, um avião foi usado para aspergir agrotóxico em uma plantação de eucalipto.

Várias pessoas ficaram intoxicadas, algumas com tosse, falta de ar, sentimento de queimadura na garganta até o estômago e vômito. As comunidades denunciaram o caso ao Fórum Mineiro de Combate aos Agrotóxicos, ao Ministério Público do Trabalho e também ao Ministério Público de Minas Gerais.

De imediato, a procuradora do trabalho, Adriana Augusta de Moura Souza, emitiu uma determinação de caráter de urgência à Prefeitura de Pompéu, para que ela tomasse as providências quanto à saúde dos moradores e fizesse a identificação do produto utilizado pela empresa. O Ministério Público acatou a denúncia e informou que está apurando os fatos por meio de um Inquérito Civil, no qual foram colhidas declarações de vítimas e juntadas fotografias.

Responsável pelo caso, o promotor de Justiça, Guilherme Hack, também já requisitou perícias e já determinou a instauração de um inquérito policial para apurar disparos de arma de fogo que foram realizados por ocasião dos fatos. 
O pedido se justifica pois, desde que tomou a frente do assunto em busca de justiça, a líder comunitária Tatiane Menezes de Oliveira perdeu a paz. Foi ameaçada e teve a casa alvejada durante a madrugada, 10 dias após a pulverização.

Outro problema sério na zona rural de Pompeu é que a comunidade de Saco Barreiro, que vive ilhada no meio do canavial, está sofrendo com a dificuldade de acesso ao seu território. Também há denúncias de superexploração do trabalho nas fazendas, além de ameaças por parte dos fazendeiros e prejuízos na saúde por conta da aplicação de agrotóxicos e maturadores nas plantações.

A constatação está inserida no Mapa de Conflitos, resultado de uma pesquisa elaborada pela Escola Nacional de Saúde Pública, da Fiocruz, que relata que a violência em relação à terra é um dos principais problemas no estado. A pesquisa conclui ainda que "esse processo origina-se pela demanda de territórios quilombolas por diferentes vias, como a especulação imobiliária, a instalação de fazendas, empresas, barragens, mineração ou outro empreendimento com lógicas territoriais conflitantes". 

Esse contexto tem provocado a migração, a expulsão, a queda de produção e até a redução da autoestima das comunidades, segundo os pesquisadores. A situação também já chegou ao conhecimento do Ministério Público que abriu investigações.

Foto: Divulgação






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