Finalmente esclarecida a polêmica em torno da demolição do casarão antigo da Rua Francisco Sales, no centro de Pará de Minas. O assunto ganhou muita repercussão na cidade, nesses últimos dias, com manifestações a respeito da perda de imóveis que compõem a história da cidade.
A demolição manual foi interditada quase que na fase final, restando apenas a fachada do imóvel, mesmo assim já sem porta e janelas. Denúncias foram feitas ao Ministério Público e à prefeitura.
O secretário de Planejamento, Dimitri Gonçalves, chegou a dizer que levaria o caso para o Conselho do Patrimônio Histórico. Já a presidente do órgão, Cleysi Mara Pinto de Souza, disse que só tomou conhecimento do assunto por terceiros e através do Jornal da Manhã.
Mas no meio desse desencontro de informações, apareceu a verdade. A demolição foi autorizada pela prefeitura no último mês de março, em documento assinado pelo próprio secretário Dimitri Gonçalves.
Cópia da certidão foi entregue ao Jornal da Manhã e o empresário que nos repassou o documento só pediu para não ter o nome citado nesta reportagem. Ele atua no varejo da cidade, com forte presença no segmento de mercadorias populares.
O comerciante revelou que comprou o imóvel dos herdeiros há mais de um ano, depois de se certificar que ele não era tombado pelo patrimônio histórico. Com a escritura registrada, começou a pensar na obra que atrasou por causa da pandemia.
Na verdade, o casarão foi edificado em dois lotes que, juntos, têm 880 metros quadrados. A pretensão do novo dono é de construir um moderno e amplo espaço comercial, aproveitando o ponto estratégico.
Ele não sabe ainda quando iniciará a obra, mas acredita que isso poderá acontecer dentro de alguns meses. No momento, o empenho do empresário é apenas o de apresentar o Alvará de Licença para Demolição.
Neste documento, o secretário Dimitri Gonçalves concede a licença, alegando que o imóvel não é tombado pelo Patrimônio Histórico e nem está localizado no entorno de um bem tombado, por isso poderia ser demolido nos termos legais.
Fotos: Eduardo Franco/Rádio Santa Cruz FM e Reprodução