Continua repercutindo em Pará de Minas a manifestação realizada no final da tarde da última quarta-feira, na BR-352, próximo a rua Mar da Galiléia, na entrada do bairro Santos Dumont.
Organizado por moradores do próprio bairro, o protesto teve como objetivo cobrar ações efetivas das autoridades para solucionar diferentes problemas da rodovia, como a grande quantidade de buracos, vegetação alta nas margens, falta de acostamento e pouca iluminação.
Cerca de 50 manifestantes participaram do movimento, fechando as duas pistas da BR-352 por mais de uma hora. Além de faixas cobrando soluções, eles simularam corpos estendidos no chão cobertos por um pano e levaram cruzes pintadas de branco em alusão às vítimas fatais dos acidentes já ocorridos no trecho.
Segundo um dos organizadores, Antônio de Pádua Cecílio, nos últimos anos 25 pessoas perderam a vida ali por causa de acidentes. O que a comunidade reivindica não é a definição de quem é o órgão responsável pela área, mas solução rápida para os problemas:
Claudinei Secundino, morador do Santos Dumont, também participou da manifestação. Há alguns anos o pai dele sofreu um acidente na rodovia e ficou quase 30 dias internado no CTI. Claudinei tem acompanhado as notícias referentes às negociações entre prefeitura, DNIT e DER sobre a possibilidade de municipalização do trecho urbano da BR-352, e torce para um desfecho positivo, destacando a importância da rodovia para o transporte de cargas e mesmo para o fluxo de veículos menores.
Durante o protesto, motoristas que passariam pela BR-352 naquele momento tiveram que estacionar seus veículos e esperar. No entanto, mesmo o movimento atrasando o percurso eles declararam apoio aos manifestantes, reconhecendo a gravidade da situação.
Entre as pessoas que aguardavam a liberação da rodovia estava Elias Brito, caminhoneiro de Urucânia. Foi a primeira vez que ele passou por aqui e não se mostrou surpreso, alegando que esta realidade está presente em muitos outros pontos.
A manifestação pacífica foi acompanhada pela Polícia Rodoviária. O Sargento Gláucio Henrique conversou conosco e admitiu a difícil situação da rodovia, que reflete no trabalho da corporação:
Nem a Prefeitura de Pará de Minas, o DER ou o DNIT se posicionaram sobre a manifestação de quarta-feira. Em sua última entrevista ao Jornal da Manhã, para falar da BR- 352, o prefeito Elias Diniz afirmou que o município não pode realizar a operação tapa buraco porque o trecho da rodovia que passa na área urbana é de responsabilidade do DER. Disse também que estava cobrando do órgão uma ação urgente.
A reivindicação esbarrava na caótica situação de outras estradas que são de responsabilidade do DER, devido às fortes chuvas que caíram em Minas Gerais nos primeiros meses do ano. O prefeito ainda reafirmou a intenção de municipalizar o trecho, para evitar essa dor de cabeça e poder duplicar a rodovia, diminuindo os riscos de acidentes.
Fotos: Rafael Cezar/Rádio Stilo FM
