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Mais famílias descobrem furtos de imagens nos túmulos do Cemitério Santo Antônio: revolta é grande

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A reportagem apresentada pelo Jornal da Manhã, na edição de ontem, encorajou várias famílias a denunciar furtos de peças nos túmulos do Cemitério Santo Antônio, em Pará de Minas. Segundo os depoimentos ouvidos pelo JM, os furtos dispararam nos últimos meses, sem qualquer pista dos ladrões. A direção do cemitério sabe do problema e tem tomado algumas medidas, mas elas têm surtido pouco efeito.

E enquanto isso, as peças que decoram os túmulos continuam desaparecendo, principalmente as de bronze. Além das imagens de santos, os ladrões também têm levado crucifixos, placas de inox e outras peças de maior valor comercial. A situação se agravou tanto que até os zeladores dos túmulos estão assustados.

Alguns deles informaram à nossa reportagem que é comum chegarem ao cemitério de manhã e encontrarem no meio do caminho algum vaso ou estátua. 
É porque os ladrões arrancam e não conseguem carregar, devido ao peso, daí vão deixando para trás. Preocupados com a situação e com medo de serem envolvidos no desaparecimento dos objetos, eles têm comunicado o fato aos proprietários dos túmulos.

E a reação das famílias é a pior possível, tanto para quem recebe a notícia como para aqueles que percebem o furto durante as visitas. Foi o que aconteceu recentemente com a paraminense Cidinha Meireles.

Cidinha disse que foi tomada por sentimentos muito ruins:

Já Carina Lopes Pereira percebeu o furto no jazigo da família no último sábado, ao acompanhar um velório.

Carina cobra providências da Prefeitura de Pará de Minas o quanto antes, afirmando que a situação está ficando insustentável:

O administrador do Velório Municipal e do Cemitério Santo Antônio, João Américo, incentiva as famílias a registrarem boletins de ocorrência. É que na possibilidade das peças serem encontradas, será possível comprovar a propriedade delas. 
Já faz um tempo que o cemitério perdeu a vigilância noturna e, ultimamente, as inspeções feitas durante o dia estão a cargo dos agentes da Guarda Municipal. Eles têm percorrido o cemitério até três vezes por dia.

João Américo já levou o problema à Secretaria de Desenvolvimento Urbano, responsável pelo cemitério, e aguarda medidas mais efetivas. Ele também pede a compreensão dos visitantes em relação ao acesso restrito ao local. A exceção dos veículos oficiais e das funerárias, nenhum mais pode entrar lá, seja por falta de condições de circulação nas ruas estreitas ou para dificultar a ação dos bandidos, que costumam agir durante a madrugada.

Durante o dia, acredita-se que eles passam por lá como se fossem visitantes comuns, para selecionar os túmulos que pretendem atacar à noite. Como os muros do cemitério são baixos, fica mais fácil tirar as peças. Ultimamente, apenas o portão lateral – por onde passam os pedestres – permanece aberto durante o dia. João Américo também confirmou que fez um levantamento em cidades vizinhas, onde os furtos também voltaram a acontecer com frequência.

Situação se repete em muitas cidades e até fora do Brasil

Segundo familiares e demais visitantes, ninguém aguenta mais esse tipo de situação. Em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, problemas desta natureza já existem há mais de dez anos. Cidades de grande porte também estão no alvo dos ladrões. Eles roubam desde crucifixos, vasos, imagens de santo e placas de alumínio até a porta do jazigo ou a tampa do túmulo.

Poucas investigações policiais têm surtido efeito e com isso o número de furtos não para de crescer. 
A polícia acredita que a preferência pelas peças de cobre se dá pelo fato dele ser um material valorizado e de fácil venda. Agora, quanto aos furtos das peças de menor valor, as investigações trabalham com a hipótese delas despertarem interesse principalmente dos usuários de crack.

Os objetos furtados rapidamente são entregues em bocas de fumo que, por sua vez, fazem o repasse a outros receptadores destes produtos. O destino final é a reciclagem de alguns materiais que integram estes objetos, tais como cobre, latão e alumínio. Em algumas cidades, as quadrilhas estão indo além dos furtos. Elas têm violado sepulturas para retirar pertences do cadáver, como dentes de ouro.

Em São Paulo, por exemplo, no prazo de um ano foram ao menos 1.702 furtos, mesmo com subnotificações. Os crimes são divididos em dois tipos: subtração de objetos de túmulo e violação de sepultura. 
E a ação do mundo do crime tem influenciado bastante o comportamento das famílias que enterram seus entes queridos. Para não correr risco de sofrer prejuízos financeiros e emocionais, muitas estão substituindo as peças.

Ao invés de bronze, chapas de inox ou latão mesmo. E já tem muitas adotando um novo estilo, composto por uma simples chapa de madeira com uma boa caligrafia. Os fabricantes de peças e imagens para túmulos confirmam queda brusca nas encomendas, mas compreendem que esta é a melhor saída para as famílias.

Já na Argentina, onde a onda de furtos assombrou a população, aconteceu um mutirão de grafite nos jazigos. Artistas coloriram os túmulos e até mesmo os muros de vários cemitérios. As pinturas também se popularizaram na Bolívia, em substituição às peças roubadas.

Fotos: Ronni Anderson/Rádio Santa Cruz FM e Reprodução Arquivo Pessoal




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