Diretores do Aeroclube de Pará de Minas, assim como representantes da escola de aviação que funciona no local e donos dos hangares, continuam observando atentamente as discussões em torno da possibilidade de transferência dos voos do Carlos Prates para cá.
O assunto tem sido frequente no aeroporto, mas as manifestações públicas ainda não vieram. Sabe-se, no entanto, que boa parte dos envolvidos não acredita que o espaço local se torne a nova ‘casa’ dos profissionais que trabalham em Belo Horizonte.
Já a população está dividida. No Santos Dumont, bairro onde o aeroporto local está instalado, centenas de famílias estão apreensivas, alegando que a transferência do aeródromo do Carlos Prates para cá aumentará o risco de acidentes, sem falar na poluição sonora que, no entendimento deles, será muito grande.
Outros, no entanto, enxergam a possibilidade como um fortalecimento da economia local. A geração de empregos e a presença constante de profissionais e alunos de aviação são vistas como animadoras por muitos.
Já na esfera política, as discussões não avançaram de segunda-feira para cá. É que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ainda não respondeu à solicitação do prefeito Fuad Noman em prorrogar o prazo de dez dias para a retirada das aeronaves do Carlos Prates.
Ele alega que a determinação é humanamente impossível de ser cumprida até o dia 31 de março, tendo em vista a grande movimentação que o Carlos Prates sempre gerou na capital:
O prefeito Elias Diniz participou do encontro, uma vez que o nome de Pará de Minas surgiu como opção de transferência das atividades do Carlos Prates. Elias manteve o posicionamento de aceitar a nova realidade, desde que ela seja estudada com muita responsabilidade e sensatez.
O prefeito descartou qualquer aprovação para a transferência das aeronaves no prazo de dez dias e garantiu que vai pesar muito em sua decisão a certeza de que o município realmente terá ganhos com isso:
Outro que participou do encontro promovido pela Prefeitura de BH foi o deputado estadual Alencar da Silveira. Ele está apoiando a Associação dos Concessionários, Usuários e Amantes do Aeroporto Carlos Prates.
A entidade é mais conhecida pela sigla de VoaPrates e tem lutado para reverter a decisão da Anac, alegando que é inaceitável o fechamento daquele aeroporto, devido aos grandes benefícios que ele traz para a capital.E depois de ouvir todos os posicionamentos, na grande mesa de reuniões, o deputado fez uma declaração que surpreendeu.
Enquanto as partes não chegam a um consenso, a notícia vinda de Brasília é que a deputada federal Greyce Elias apresentou um projeto de lei pedindo que a administração do Aeroporto Carlos Prates continue com a Infraero, por mais dois anos.
Ela justifica que o aeródromo é uma estrutura importante na formação de pilotos, mecânicos, aeronautas e também para o treinamento de forças de segurança pública e da aviação aerodesportiva.
A deputada também alegou que a desativação do Carlos Prates provocaria efeitos nefastos e devem ser contornados pelo poder público. A Infraero ainda não se posicionou.
Fotos- Prefeitura Muncipal de Pará de Minas/Divulgação