A insegurança dos alunos, diante das notícias sobre a violência nas escolas, está levando muitos deles a perguntar aos pais se frequentar a escola é seguro neste momento. Nos últimos dias, uma das perguntas que o Jornal da Manhã mais tem ouvido das famílias é: “Mamãe, eu posso ir à escola”?
Além da aflição pelo medo da violência, muitos pais têm receio de conversar com os filhos, acreditando que o assunto pode criar traumas. No entanto, os especialistas recomendam exatamente o contrário.
Segundo eles, é preciso falar abertamente da questão porque, em tempos atuais, as crianças dão notícia de tudo. Acreditar que elas ignoram o problema da violência no ambiente escolar é ser ingênuo.
Mas não pode haver precipitações. É necessário que os pais ouçam as crianças para apurar o que chegou até elas. Em seguida eles devem responder com calma as perguntas que certamente vão ouvir.
Se a criança perguntar sobre mortes nas escolas os pais não devem esconder, mas é preciso explicar que todos estão trabalhando para que isso não mais aconteça.
Especialistas ouvidos pela Agência Brasil também avaliam que é importante, tanto quanto a informação, respeitar quando as crianças manifestarem desconforto em ir para a escola.
E alertam que os adolescentes também requerem atenção bastante especial em relação ao que ouvem e recebem do mundo. Como eles vivem em meio a descobertas e chegam a registrar alguns episódios de maneira distorcida, é preciso ter uma conversa aberta, com conteúdos de prevenção e possibilidades de riscos, para que compreendam melhor o que se passa.
Outra providência que os adultos podem tomar é chamar a atenção para que os adolescentes não satirizem os eventos, chamando-os à responsabilidade moral diante das notícias de tragédia.
O chamado abandono digital também precisa ser revisto. Como os pais estão soterrados de trabalho, o celular está sempre ao alcance dos filhos e é nele que se tem notícia falsa e verdadeira sobre tudo ao redor do mundo.
Pedagogos e psicólogos recomendam atenção redobrada das famílias, porque é nas redes sociais que moram as distorções da vida real. É preciso entender o que toda essa tecnologia significa e mostrar também os riscos que estão envolvidos.