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Revoltada a comunidade de Meireles diz que desde março vinha denunciando o risco da Covid-19 no canteiro de obras de empreiteira da Vale

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Agentes da Vigilância Sanitária fizeram uma boa limpeza pública nas ruas do distrito de Meireles, no último sábado. Uma mistura de água e produtos químicos potentes foi utilizada principalmente nos pontos de aglomeração. A varredura sanitária aconteceu em decorrência da confirmação de que oito funcionários da empreiteira Bueno Engenharia, terceirizada da Vale, testaram positivo para a Covid-19.

Eles estão isolados em um sítio alugado pela empresa. A comunidade de Meireles está assustada com a situação, ainda mais diante das denúncias de que os trabalhadores têm circulado por lá sem a utilização de máscaras, o que facilita a contaminação do vírus. Há denúncias também – e segundo fontes, elas teriam vazado dos próprios funcionários – de que o número de infectados é maior, em torno de 12 trabalhadores.

As mesmas fontes confirmaram que vários funcionários estão viajando para as cidades onde moram suas famílias, portanto, não se sabe a realidade deles. O JM levou o assunto ao secretário de Saúde, Wagner Magesty, e ele respondeu que também recebeu essas denúncias e já determinou à sua equipe um pente-fino nas investigações. A situação de Meireles representa um grande desafio para a saúde pública, já que os trabalhadores estão morando em Pará de Minas – muitos deles ocupam quartos na rede hoteleira da cidade, por isso o convívio com a população local é frequente.

A diretoria da Vale oficializou o comunicado à Prefeitura de Pará de Minas no final da tarde de sexta-feira, confirmando que alguns funcionários teriam contraído o vírus. Esse comunicado chegou dois dias depois da denúncia dirigida à Secretaria de Saúde e que foi confirmada pelo Setor de Vigilância Sanitária, naquele momento com sete infectados. O fato, inclusive, foi um dos argumentos apresentados pelo secretário Magesty na reunião do Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus, quando ele votou contrário à reabertura de restaurantes, lanchonetes, templos religiosos e, principalmente, das creches.

Diretores da Vale serão recebidos agora de manhã pelo prefeito Elias Diniz. Segundo informações obtidas pelo JM, junto a alguns assessores do prefeito, será uma reunião com várias abordagens. A prefeitura quer informações precisas sobre o número de trabalhadores que testaram positivo para a Covid-19, assim como as medidas que a empresa já tomou, as ações que serão implantadas para conter o avanço da transmissão do vírus e as normas que serão adotadas no canteiro de obras de Meireles.

O JM entrou em contato com um diretor da Vale e a resposta para todas as indagações feitas foi uma nota curta, informando que a empresa está realizando a testagem dos funcionários próprios e dos terceirizados.Segundo a nota, além da testagem está sendo feita uma triagem diária. A empresa garante que os funcionários sabem do uso obrigatório da máscara, assim como das medidas de distanciamento social e higienização. A Vale informou também que está seguindo os protocolos de saúde e segurança estabelecidos pelas autoridades.

O JM quis saber do número de infectados e a resposta foi a seguinte: “Em respeito à privacidade de seus empregados, a empresa não comenta resultados de exames”. Outra novidade no caso é reação dos moradores de Meireles. Desde sábado, a comunidade está envolvida num manifesto que será encaminhado às autoridades.

Com centenas de assinaturas, o documento denuncia que desde março os moradores têm alertado o poder público sobre o fato dos funcionários da Bueno Engenharia transitarem pelo distrito sem qualquer proteção.Os moradores também se queixam dos transtornos causados pelas obras da empreiteira da Vale, dizendo que eles têm gerado consequências econômicas, financeiras e psicológicas não apenas para quem mora lá, como no entorno.

A comunidade ainda reclama da ausência de equipamentos de proteção e segurança ou qualquer outra medida que possa ser interpretada como ação efetiva de prevenção à Covid-19.No abaixo-assinado, cuja cópia está na redação do Jornal da Manhã, eles manifestam total indignação com a situação e cobram providências urgentes. Os moradores também querem acesso à reunião de hoje, na sede da Prefeitura de Pará de Minas, e já designaram seu representante.Trata-se do engenheiro Rodrigo Campos, que mora em São Paulo e está vindo com essa finalidade.

Ele conversou conosco há pouco, pelo aplicativo de WhatsApp, dando mais informações sobre o caso.Inicialmente, Rodrigo Campos comentou o alerta dado pela comunidade de Meireles há dois meses:

A comunidade de Meireles quer medidas de impacto em curto prazo:

Rodrigo Campos informou também que os moradores vão acionar o Ministério Público:

Como representante da comunidade ele quer espaço na reunião da Vale, para evitar medidas isoladas como aconteceu na época do Comitê de Crise, em que a prefeitura excluiu os membros de parte das negociações sobre a tragédia de Brumadinho:

Rodrigo Campos chegou à cidade no início da manhã.




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