Trabalhadores que dependem do transporte público passaram a enfrentar mais um problema sério nesses últimos dias – a redução do número de linhas de ônibus. A situação está ocorrendo tanto nas grandes cidades como no interior.
As concessionárias do transporte urbano tiveram que reduzir as linhas por falta de funcionários. É que disparou o número de motoristas e trocadores infectados pelo coronavírus.
Pará de Minas também vive o problema, que já foi confirmado pela Turi através de um comunicado. O texto não traz detalhes e nem faz referência direta à explosão dos casos de covid-19, mas informa que já foram suspensas três linhas “por motivo de força maior”.
A empresa, que já registrou a morte de dois funcionários no ano passado e dezenas de infecções, está com grande dificuldade para manter o quadro de profissionais.
Atualmente, oito motoristas estão afastados e os que continuam na ativa não escondem a apreensão:
A suspensão das linhas provoca demora no trajeto de outras e gera reclamações nos pontos:
Várias cidades vizinhas também foram forçadas a reduzir as linhas de ônibus, entre elas Itaúna, onde a prefeitura divulgou que 27 funcionários da concessionária testaram positivo para a covid-19. A pandemia passa por alto índice de contágio no país e a tendência é de crescimento rápido do número de profissionais afastados, em todas as áreas. Aliás, não é de hoje que os afastamentos estão aumentando.
Em um ano, eles quase triplicaram, segundo balanço do INSS. De janeiro a dezembro de 2021, foram concedidos quase 99 mil benefícios por incapacidade, o antigo auxílio-doença. Em 2020, foram 37 mil. O aumento foi de 166%. A doença passou a ser o principal motivo de afastamento dos profissionais no trabalho desde o primeiro trimestre de 2021. Além de liderar o ranking, a infecção tem o triplo dos casos do segundo problema que mais afetou os trabalhadores, que é a fratura de punho, com cerca de 30 mil concessões.
Fotos: Amilton Maciel/Rádio Santa Cruz FM
