Você tem disponibilidade para trabalhar aos fins de semana? Não quero. Nem nos feriados? Não. Você estuda? Não. Sabe escrever e falar bem? Dá pro gasto. Nosso salário inicial é baixo, mas você vai crescendo com a passar do tempo. Vou procurar outro emprego. Esses diálogos são uma pequena mostra do que acontece diariamente na maioria das empresas de Pará de Minas que estão à procura de trabalhadores para ocupar diversos cargos.
Na maioria das vezes, os protagonistas desta história real são pessoas jovens e resistentes às regras do mercado de trabalho. De um modo geral, eles querem uma jornada menor que 8 horas diárias e um salário mais alto. Também não manifestam interesse pelas horas extras, principalmente a partir de sexta-feira. Por causa dessas e muitas outras situações é que os trabalhadores maduros, que já passaram da faixa dos 50 anos, estão encontrando as portas abertas nas empresas com mais facilidade.
Durante muito tempo o mercado nacional discriminou profissionais maduros, mas a realidade atual é completamente diferente. Hoje, as mesmas oportunidades são oferecidas para os jovens e os da terceira idade e os mais experientes vem se saindo muito bem. O Sine de Pará de Minas é a maior testemunha do processo. Semanalmente várias empresas utilizam o espaço e o suporte dado pelo órgão para fazer contratações.
São empresas como a Granja Brasília, por exemplo, que busca mão de obra responsável independente da idade. A assistente de RH, Franciele Melo, tem encontrado bons profissionais entre os maduros:
Uma característica da maioria das pessoas maduras é a vontade de trabalhar. Algumas retornam ao mercado por necessidade financeira, já que a aposentadoria encolheu. Outras optam pela volta ao trabalho para ocupar o tempo, mas qualquer que seja a situação a responsabilidade é sempre muito grande. O JM conversou com Antônio Geraldo Dias e Janaína Rodrigues:
O gerente do Sine, José Alves Neto, o Zezinho, confirma o crescimento das contratações para os maiores de 50:
E é bom que o mercado vá se acostumando com os trabalhadores maiores de 50, 60 anos. Até o ano de 2040, seis em cada dez trabalhadores brasileiros terão mais de 45 anos. O etarismo no trabalho precisa mesmo ser combatido, porque as pessoas que se apresentam com mais idade costumam ser produtivas e bastante responsáveis. São pessoas que ainda têm sonhos e projetos a serem realizados.
