Ao contrário da rede bancária que ficou lotada ontem, depois de permanecer fechada por vários dias, o comércio lojista de Pará de Minas não registrou grande presença de consumidores.
Mas a ausência dos clientes não chegou a preocupar, pois o fenômeno sempre se repete na quarta-feira de cinzas, tanto é verdade que a maioria das lojas optou mesmo foi pelo expediente a partir do meio dia.
E agora que o carnaval já passou – porque os economistas costumam dizer que o Brasil só anda a partir dele – a expectativa do mercado é que as vendas melhorem.
Os comerciantes têm vivido dias difíceis, com a concorrência das vendas online e o impacto da taxa Selic alta, com a tendência de novos aumentos. Segundo o levantamento dos dois primeiros meses do ano, houve queda média de 5% na maioria dos segmentos.
Não se pode dizer que o entusiasmo dos lojistas daqui por diante seja muito grande, mas eles são unânimes em afirmar que acreditam em dias melhores. Fabiana Mendonça Pereira acredita que dias melhores estão vindo aí:
O gerente da Camargos Móveis Eletro, Roberto Baêta, também espera pela ascensão do comércio:
Já o comerciante Gustavo Chaves, gerente da Ferraminas, discorda dos que falam que o ano começa no Brasil só começa depois do carnaval. Segundo ele, é preciso mudar o conceito, já que empresários e trabalhadores estão dedicados às suas atividades desde o primeiro dia do ano:
Por outro lado, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo apresentou uma pesquisa menos otimista no varejo, diante do cenário econômico desafiador.
A redução da confiança é coerente com o ambiente de juros elevados e reflete em todos os segmentos observados, principalmente pelas lojas do varejo de supermercados, farmácias e lojas de cosméticos, cujas vendas caíram em torno de 5%.
Roupas, calçados, tecidos e acessórios tiveram um recuo menor, de cerca de 3%, enquanto o segmento de eletroeletrônicos, eletrodomésticos, móveis e decorações, caiu em torno de 2,5%.
Fotos: Ronni Anderson e Amilton Maciel/Rádio Santa Cruz FM