A educação brasileira está sentindo os efeitos da pandemia de covid-19 e os dois anos em que o ensino foi interrompido nas salas de aula e passou a acontecer através do digital. O público mais afetado está nas crianças que estão iniciando o processo de alfabetização, fato que preocupa muito as autoridades da área.
Essa é a constatação que se faz dos dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), do Ministério da Educação. Segundo o levantamento, o percentual de crianças do 2º ano do Ensino Fundamental que ainda não sabem ler nem escrever, inclusive palavras isoladas, mais do que dobrou entre 2019 e 2021. O índice passou de 15% para 34%.
O estudo também mostra que a aprendizagem dessas crianças também caiu em matemática, com operações básicas, como soma e subtração. No índice anterior, o percentual foi de 16%, desta vez, ele chegou a 22%.
Os números assustam e, ao mesmo tempo, reproduzem o tamanho do prejuízo que a pandemia causou na alfabetização delas. Profissional desta etapa da educação há quase 40 anos, a vice-diretora da Escola Estadual Frei Concórdio, Joana Dar’c Campos, diz que a perda para os alunos é irreparável.
Em entrevista ao Jornal da Manhã, ela não se mostrou surpresa com os números, dizendo que alfabetizar uma criança fora da sala de aula é um desafio, para os professores e os próprios pais. Joana elencou dificuldades enfrentadas no período das aulas remotas e como os pais lidaram com isso:
O tempo passou, os alunos seguiram na caminhada escolar e, agora, os educadores têm o complexo desafio de amenizar o impacto no ensino durante a alfabetização. Questionada sobre como fazer isso, Joana Dar’c citou algumas ações que estão sendo feitas na tentativa de minimizar os prejuízos:
E nesse trabalho, ela diz que é imprescindível a participação ativa das famílias.
E ainda sobre o Sistema de Avaliação da Educação Básica, especialistas acreditam que os resultados podem ser ainda piores, pois o levantamento foi feito quando muitos alunos ainda não haviam voltado para as salas de aula.
Eles também citam a necessidade de políticas públicas para auxiliar na alfabetização e evitar que as crianças sejam prejudicadas, seja pessoal ou, principalmente, profissional.
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