Duas semanas depois da Prefeitura de Pará de Minas chegou a vez da Câmara Municipal, através da Comissão de Saúde, apresentar o relatório final das investigações sobre o Instituto Hotfe, acusado de desviar R$400 mil dos cofres públicos recebidos da Assembleia Legislativa de Minas, para atendimentos na saúde.
Entre tantas irregularidades foi constatado que, embora o convênio fosse destinado à realização de cirurgias eletivas, os gastos aconteceram em cima de consultorias e outras despesas não previstas na legislação.
Nenhum dos nomes que constavam na lista de supostos contemplados recebeu atendimento médico, como informava a prestação de contas do Hotfe. Também foi apurado que as notas fiscais emitidas por supostos fornecedores constavam compra de máscaras, toucas, aventais, consultorias e até criação de páginas na internet. Acontece que pelas especificações do convênio, os serviços deveriam ser restritos a cirurgias eletivas e exames médicos.
Nas visitas às empresas que emitiram as notas fiscais foi descoberto que a maioria delas não existe. Em vários casos os endereços são residenciais, cujos moradores não têm qualquer informação sobre o Instituto.
O Instituto Hotfe também usou indevidamente o endereço do Hospital Nossa Senhora da Conceição como suposta filial em Pará de Minas. Ao longo de várias semanas, os vereadores ouviram vários depoimentos à exceção do presidente do instituto que, segundo informações, estaria morando nos Estados Unidos.
E com base nas provas documentais reunidas, a Comissão de Saúde da Câmara concluiu a existência de várias irregularidades. A avaliação foi feita pelo vereador Carlos Lázaro, presidente da Comissão:
O presidente da Câmara, Nilton Reis Lopes, parabenizou os vereadores pela atuação que ele considerou excelente:
As primeiras denúncias contra o Instituto Hotfe foram apresentadas à Câmara Municipal pelo Observatório Social de Pará de Minas, que também enviou o mesmo conteúdo ao Ministério Público.