O ex-prefeito Antônio Júlio de Faria, que concorreu às eleições em Pará de Minas e perdeu a disputa por 732 votos, concedeu uma coletiva de imprensa ontem à tarde, quando fez uma avaliação da campanha e do resultado das urnas.
Antônio Júlio disse que reconheceu a derrota antes de seus apoiadores. Monitorando a apuração paralela, que chegava através dos fiscais, ele percebeu a situação complicada logo nas primeiras urnas:
Antônio Júlio credita a derrota a três fatores. Seu eleitorado consolidado, que é mais da terceira idade, compareceu menos às urnas por causa da pandemia da Covid-19. Também houve a soma expressiva dos eleitores ausentes e dos votos brancos e nulos, totalizando a perda de 31,35%, ou seja 20.002 dos 63.804 eleitores aptos a votar. Mas na visão dele, a campanha não teve o sucesso esperado principalmente pela disputa desleal, com uso indevido da máquina pública:
Sobre o desempenho do MDB na composição da nova Câmara de Pará de Minas, Antônio Júlio disse que já esperava pela eleição de cinco vereadores. Achou até que poderia ser seis. Com esses representantes o partido continua forte na cidade, com quase 35% de votos, e ele espera que os eleitos tenham uma atuação bem diferente da atual Câmara:
Sobre a baixa votação dos candidatos Geraldinho Cuíca, apoiado pelo deputado Eduardo Barbosa, e Marcone Valadares, que recebeu apoio do deputado Inácio Franco, Antônio Júlio disse que isso se deve à dificuldade de transferência de votos. Ele mesmo só conseguiu fazer isso uma vez, quando elegeu Tilili.
Antônio Júlio não deixa de reconhecer os dois como bons candidatos, mas disse que apresentaram projetos equivocados. Além disso, a disputa foi grande – sete no páreo – e essa pulverização piorou a situação. E a avaliação dele foi além, quando abordou o que considera como grandes problemas da política brasileira:
Apesar das frustrações, Antônio Júlio disse que não pretende se afastar da política. Ao contrário, gosta do que faz e estuda a possibilidade até de liderar um movimento nacional por mudança na legislação. Ontem mesmo ele já recebeu convites para atuar em cargos públicos na capital mineira, mas vai estudar com calma. Quer refletir bem antes.
