Repercute em todo o país o caso do menino Bento Smirelli, de 5 anos, que teve a córnea do olho direito queimada após se acidentar com álcool em gel. O fato aconteceu em Campinas, interior de São Paulo, e ganhou ampla divulgação porque a substância química tem sido muito usada na prevenção da Covid-19.
Bento foi se higienizar com o álcool em gel e quando acionou o frasco pela primeira vez o produto não saiu. Daí ele tentou de novo e foi surpreendido por um jato forte que atingiu a região dos olhos. Os pais tentaram lavar com água, mas perceberam que não estava dando certo. Era tanta dor que a criança tremia.
Ao levá-la no oftalmologista, a família recebeu informação de que a córnea havia sido queimada e que, Bento, sofreu sério risco de perder a visão direita. A Sociedade Brasileira de Oftalmologia está recomendando muito cuidado às famílias que têm crianças em casa. O Jornal da Manhã também conversou sobre o assunto com o médico Vítor Alves Dourado, do Centro de Excelência de Oftalmologia em Pará de Minas, mais conhecido pela sigla de CEO.
E ele deixou bem claro que os olhos não combinam com álcool, seja ele em gel ou líquido. Daí a necessidade dos cuidados na hora da aplicação do produto:
Não que os pais tenham que evitar a higienização das mãos das crianças, ao contrário, isso deve continuar. Mas é recomendado que haja uma conversa com o filho sobre os perigos da substância e o acompanhamento de um adulto sempre a aplicação for feita. Se possível, evite deixar os frascos de álcool em gel em lugares acessíveis para as crianças pois, além do contato com os olhos, também há o risco de ingestão do produto, o que é ainda mais perigoso.
Foto: Amilton Maciel/Rádio Santa Cruz FM