A procura pelos serviços dos técnicos em eletrônica aumentou bastante durante a pandemia. Na tentativa de economizar e garantir maior durabilidade, sobretudo em relação aos equipamentos de som, os consumidores têm solicitado esses profissionais com mais frequência.
A avaliação é de Nelson José de Faria, que há 35 anos trabalha na área. Segundo ele, além de ficarem mais em casa as pessoas estão mais preocupadas em manter seus aparelhos, sobretudo os mais antigos.
Nos últimos anos, muitas gravadoras voltaram a lançar álbuns em LPs e fitas k7, dando nova utilidade aos aparelhos antigos, que conseguem reproduzir esse tipo de mídia.
É justamente esse retrô musical que tem garantido uma boa demanda nas oficinas de eletrônica.
Mas se por um lado essa tendência vintage garante movimentação nas oficinas, por outro as inovações tecnológicas têm apresentado produtos menos suscetíveis aos reparos. São equipamentos que se tornam obsoletos com muita rapidez, praticamente descartáveis, e isso coloca em risco o bom momento vivido pelos técnicos em eletrônica.
Na opinião de Nelson, se a indústria dos eletroeletrônicos não for repensada em pouco tempo o mundo enfrentará dois problemas – o desaparecimento das oficinas de reparos e o aumento expressivo do lixo eletrônico.
Nelson também acredita que a população pode fazer sua parte, adotando medidas conscientes de consumo. A dica é que as pessoas valorizem seus equipamentos, evitando a compra de aparelhos novos, sem real necessidade.
Foto: Amilton Maciel/Rádio Santa Cruz FM
