Há menos de uma semana em vigor, o Programa Desenrola Brasil já está sendo usado para aplicação de golpes em Minas Gerais. A prática é investigada pelo Ministério Público do estado. No caso que está sendo apurado pelo órgão, criminosos criaram sites falsos e promoveram anúncios nas redes sociais para atrair pessoas interessadas em renegociar suas dívidas e ficar com o nome limpo.
A pessoa acredita que está fazendo negócio com o credor, mas na verdade os recursos são transferidos para os próprios bandidos. Além disso, a vítima também pode ceder informações preciosas, como dados pessoais, endereço e conta bancária, que podem ser usadas em outros tipos de golpes.
No trabalho de investigação, o Ministério Público irá monitorar os sites que entraram no ar após o lançamento do programa, que ocorreu na última segunda-feira. Assim que as páginas criminosas forem identificadas, serão removidas e os autores presos. Quem também se manifestou sobre os golpes envolvendo o Desenrola Brasil foi a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
A entidade orientou aos devedores a não clicar em links recebidos nas redes sociais. O contato para renegociar a dívida deve ser feito pela própria pessoa. Ainda segundo a Febraban, somente é possível renegociar os débitos nos canais oficiais dos bancos.
Nessa primeira fase do programa, as instituições financeiras limpam o nome das pessoas com débitos de até R$ 100. A dívida não é perdoada. Apenas o devedor deixa de ficar com o nome sujo e pode contrair novos empréstimos e fazer operações como fechar contratos de aluguel. Há ainda a possibilidade de renegociação de débitos com bancos por devedores com renda de até R$ 20 mil. O Desenrola só abrange dívidas contraídas até 31 de dezembro do ano passado.