As oficinas especializadas em consertos de eletroeletrônicos em Pará de Minas têm registrado alta expressiva na procura pelos serviços. Levantamento feito pelo Jornal da Manhã mostra que o consumidor decidiu consertar o que já tem em casa ao invés de adquirir produtos novos.
O comportamento reflete o baixo poder aquisitivo da maioria dos trabalhadores e reforça tendência nacional já que é a primeira vez, nos últimos quatro anos, que a venda de eletrônicos cai no país.
Segundo o técnico em eletrônica Marcelo Vieira, a procura por esse tipo de assistência cresceu mais de 50%. Ele informou que a maior demanda é por consertos de televisão, geladeira e freezer, além de máquinas de lavar roupa, aparelhos celular e notebooks.
Já o técnico Felipe Cruz diz que a busca pelos consertos também cresceu pelo encarecimento dos produtos novos, geralmente cotados em dólar, e ele acredita que a procura pela manutenção veio para ficar.
Economistas sustentam a afirmação dos donos das oficinas no fato do Brasil estar com a sexta maior taxa de desemprego de uma lista com 42 países. A pandemia agravou os problemas do mercado de trabalho no país, que já sofria com questões estruturais, como a baixa qualificação de uma parcela considerável da mão de obra.
Além disso, o cenário para 2022 não é dos mais favoráveis, diante de uma inflação persistente, juros altos e as incertezas da corrida eleitoral. A tendência é de freio na economia, com menos compras no varejo. Nesse caso, ganham as oficinas de consertos.
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