Diferentemente de muitos países, onde a mão de obra experiente sempre foi prestigiada, no Brasil até bem pouco tempo os trabalhadores com mais de 50 anos quase não tinham oportunidades no mercado. As mudanças vinham acontecendo aos poucos e ganharam celeridade nos últimos meses diante da recusa de muitos jovens em pegar no batente.
Para o lugar das novas gerações que ainda não aprenderam a valorizar a importância do trabalho, estão sendo contratados profissionais entusiasmados com as novas oportunidades. O Jornal da Manhã conversou com o especialista em recrutamento, Hélio Ferreira Silva, e ele confirmou que hoje mais da metade das empresas brasileiras têm funcionários com mais de 50 anos.
Segundo Hélio, nunca houve tanta reciprocidade no mercado como agora. De um lado estão os trabalhadores que querem ou precisam voltar a trabalhar, seja por necessidade financeira ou por não ter se adaptado à aposentadoria. E do outro lado estão as empresas, em busca de profissionais comprometidos, que não faltam ao trabalho, não se importam de trabalhar aos sábados e, acima de tudo, que possam contribuir com a experiência acumulada ao longo de tantos anos.
Especialistas em contratações têm reforçado o incentivo a essas admissões, alegando que existem diversos benefícios na contratação de pessoas mais velhas, entre eles o auxílio no desenvolvimento de profissionais das novas gerações, aumento da produtividade e criatividade em decorrência da troca da experiência entre pessoas de diferentes idades.
Esta diversidade etária também já está sendo percebida claramente em muitas empresas de Pará de Minas e com maior frequência. O comércio varejista é o que tem contratado maior número de pessoas com mais de 50 e os vendedores desta geração têm se destacado bastante. Os mais velhos também estão sendo muito elogiados em outros tipos de varejo, assim como no setor da prestação de serviços e nas indústrias.
A tendência é tão forte que muitas empresas até já criaram programas especiais, geralmente chamados de 50+. Mas não se pode negar, que ainda existe preconceito contra as pessoas mais velhas. Os mais frequentes são que muitos deles não conseguem realizar atividades desafiadoras, que são resistentes a mudanças e que tem dificuldade com tecnologia.
Mas tudo isso pode ser mudado com políticas inovadoras, dentro de modelos de gestão que procuram acompanhar a diversidade do mercado. Fortalecer a consciência sobre as vantagens de ter os mais experientes nas equipes é um excelente começo, assegurou Hélio Silva.
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