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Mais um desafio para a sobrevivência do varejo: trabalhadores se desinteressam pela atividade

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Procura-se vendedor ou vendedora e não há necessidade de experiência. Este anúncio, que até alguns anos era improvável, devido à exigência dos lojistas com o conhecimento da atividade, mostra os desafios dos novos tempos. Nunca foi tão difícil como agora encontrar mão de obra disponível para os diferentes segmentos varejistas.

Esta afirmação vem do presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio em Pará de Minas, Fausto Abreu. 
Ele admite o desinteresse dos jovens trabalhadores pela atividade e a desmotivação, em grande parte, vem do horário longo. Quem trabalha no comércio precisa se dedicar à atividade das 8h ou 9h até as 18h ou 19h.

Segundo Fausto, até bem pouco tempo a dificuldade maior estava no recrutamento de trabalhadores para a rede supermercadista, já que ela funciona também aos domingos e feriados. Mas atualmente, o número de profissionais dispostos a enfrentar a jornada diária das lojas de roupas, utensílios, eletrônicos e outros segmentos, também diminuiu.

O sindicato tem percebido que o trabalhador prefere ficar sem emprego a se submeter a uma jornada tão longa. 
Um levantamento feito pela entidade mostra que Pará de Minas tem seis mil estabelecimentos varejistas cadastrados e esse número, por si só, já sinaliza o peso do setor na geração de empregos.

Além da jornada diária, os trabalhadores se queixam do baixo salário – menos de R$1.500,00 – e ele só cresce com as comissões sobre as vendas que não andam boas ultimamente, devido ao endividamento dos consumidores. Fausto Silva informou que somando as vagas nos supermercados e nas lojas em geral, a oferta de empregos na cidade já passa de oitocentos.

O desafio é ocupar pelo menos a metade delas em curto espaço de tempo. 
E a situação fica mais complicada quando é levada em consideração a dificuldade dos poucos candidatos em lidar pessoalmente com os clientes. Dos jovens que manifestam interesse no comércio, boa parte não tem habilidade verbal.

Eles apresentam dificuldade para conversar com o cliente e até mesmo para mostrar mercadorias e esclarecer dúvidas. Já quando o contato é feito pelos aplicativos de WhatsApp ou Instagran, a conversa flui melhor. Psicólogos empresariais esclarecem esse comportamento com a forte influência do mundo virtual no dia a dia das pessoas.

Com o tempo, elas estão perdendo o hábito de dialogar e lidam melhor com frases curtas, aliás, bem curtas e objetivas. “O preço da mercadoria é tal e pode ser dividido em tantas vezes”. Ou então: “Nossa numeração vai de tal a tal, nas cores X e X” 

Resultado: muitos aceitam trabalhar no comércio, mas não conseguem lidar com os consumidores presenciais. E assim a dificuldade de boas contratações só aumenta, deixando um gargalo cada vez mais profundo no setor.

Foto: Amilton Maciel/Rádio Santa Cruz FM







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