Motoristas do transporte de passageiros por aplicativos de Pará de Minas não vão aderir à greve nacional da categoria, caso ela seja mesmo convocada nesta terça-feira.
O Jornal da Manhã apurou junto às quatro principais plataformas que operam na cidade, ParaCar, UpCar, VaiDicar e GoCar, responsáveis por mais de 90% dos profissionais em circulação, que uma possível paralisação não afetará o serviço por causa da metodologia de cobrança das viagens.
A chance de os motoristas entrarem em greve foi cogitada pela bancada dos trabalhadores, que reúne representantes de associações e sindicatos dos motoristas e motoboys por aplicativo, além de Centrais Sindicais.
Ela apresentou uma lista de reivindicações às entidades que representam empresas como Uber, 99app e Rappi. O principal pedido é aumentar o valor a ser repassado aos trabalhadores pelas plataformas.
Segundo Flávio Freitas, motorista e sócio-proprietário da ParaCar, as grandes empresas trabalham com porcentagem, ou seja, uma quantidade “x” é descontada no valor de cada corrida realizada. Mas em Pará de Minas, no caso da ParaCar e de outras plataformas, o modelo é diferente e não considera a quantidade de corridas.
Ainda segundo Flávio, os motoristas não têm vínculo empregatício com a plataforma. Atualmente, a ParaCar é a empresa com o maior número de motoristas cadastrados, são mais de cem. Ele confirma que mesmo com a deflagração de uma greve, eles continuarão prestando o serviço normalmente.
A mesma informação foi dada por Júnior Duarte, da Up Car, que confirmou a metodologia de cobrança dos motoristas realizada pela concorrente. Júnior já trabalhou em Belo Horizonte e diz como funciona o desconto dos trabalhadores.
Através de uma resposta simples à reportagem, a GoCar informou que os motoristas trabalharão normalmente. A VaiDicar também confirmou que seus condutores não irão aderir à paralisação.
O Jornal da Manhã tentou contato com algum representante dos motociclistas que fazem entregas delivery via aplicativo, mas não conseguimos resposta. Ainda sobre a greve, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) e Movimento de Inovação Digital (MID), que representam as grandes plataformas, têm até este dia para apresentar a nova proposta de regulamentação da categoria.
Se isso não acontecer ou as propostas forem consideradas abaixo do esperado, a greve será convocada para uma data posterior. Em nota divulgada em seu perfil nas redes sociais, o Ministério do Trabalho informou que, na última reunião entre as partes, realizada em julho, “apesar do clima naturalmente tenso”, ela aconteceu de maneira democrática e que todos saíram com a perspectiva de que o acordo aconteça.
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