Localizado no alto da Vila Raquel, o poço artesiano comunitário da rua Raquel Ferreira continua recebendo a visita de dezenas de pessoas diariamente. Com garrafas, galões, barris e outros vasilhames, eles chegam de diferentes bairros e formam filas, não se importando de esperar para conseguir a água. Para muitas famílias, o poço é a principal fonte de água potável da casa.
Mas apesar da grande procura, a qualidade da água fornecida voltou a ser questionada e, segundo apurou o Jornal da Manhã, não há nenhum órgão responsável pela fiscalização. O assunto foi parar na Câmara Municipal, onde o vereador Toninho Gladstone apresentou um requerimento pedindo informações da Prefeitura sobre a realização de análises da água e quais os resultados.
O vereador disse ter recebido reclamações de cidadãos sobre a possível existência de uma fossa negra próxima ao poço da Vila Raquel, o que colocaria em risco as condições de segurança da água. O Jornal da Manhã foi atrás de respostas e confirmou que a inspeção não é realizada. Na Prefeitura, a responsabilidade pelo controle e fiscalização dos pontos de coleta de água é da Vigilância Ambiental, que é ligada à Secretaria Municipal de Saúde.
Segundo nós levantamos, o serviço de vigilância da água foi repassado ao órgão há cerca de dois meses, porém, os fiscais executam o serviço apenas em locais de coleta que são operados pela concessionária Águas de Pará de Minas, que não é o caso do poço comunitário da Vila Raquel. A Vigilância Ambiental segue o programa Vigiagua, que tem a finalidade de garantir a qualidade e segurança do líquido para consumo humano. Antes, quem realizava o serviço era a Vigilância Sanitária, que seguia a mesma metodologia.
Apesar de tentativas junto ao setor, o JM não conseguiu informações sobre quando foi feita a última análise da água na Raquel Ferreira e qual o resultado. A Arsap e a Águas de Pará de Minas também informaram que não realizam a fiscalização da qualidade da água no poço comunitário. Enquanto isso, as pessoas seguem na fila da Vila Raquel na busca pela água. Nós estivemos no local e conversamos com Marcos Diniz, morador do João Paulo II, e José de Oliveira, do Santos Dumont. Mesmo com a suspeita de contaminação, eles afirmaram que confiam no poço.
A orientação aos moradores que buscam água no poço comunitário da Vila Raquel ou em qualquer outro que não tenha a concessionária Águas de Pará de Minas como responsável pela operação é de sempre priorizar a fervura da água antes de consumi-la, além de utilizar filtros eficazes para eliminar os microorganismos.