É grande a repercussão da reportagem divulgada pelo Jornal da Manhã sobre a ação de estelionatários no comércio de Pará de Minas. Depois da divulgação da matéria, a redação do JM recebeu várias manifestações de empresas que sofreram prejuízos financeiros e emocionais nas últimas duas semanas.
Conforme as denúncias, os lojistas têm recebido pesadas ameaças telefônicas. Elas são tão profissionais que intimidam rapidamente as vítimas que, emocionalmente abaladas, acabam fazendo depósitos bancários.
A onda de casos veio à tona com a colaboração da empresária Cláudia Nogueira, proprietária de uma loja de roupas no centro da cidade. Ela e a funcionária ficaram desesperadas e por pouco não caíram no golpe.
No entanto, outras empresas perderam dinheiro e, sabendo disso, Cláudia concedeu entrevista ao JM para alertar o empresariado em geral. A situação que tem alarmado os lojistas sempre começa com uma ligação no telefone fixo.
A voz masculina já se apresenta em tom intimidador e vai logo informando que a loja está sendo vigiada do lado de fora. Em seguida, fala o número de pessoas que está dentro do estabelecimento e exige o depósito de determinada quantia em dinheiro, sob o risco de uma invasão com atiradores.
Cláudia e a funcionária dela entraram em pânico e saíram rapidamente da loja, correndo até a empresa de um amigo. Ela não perdeu dinheiro, mas em outros estabelecimentos varejistas, além do abalo emocional houve perde financeira.
Segundo relatos chegados ao Jornal da Manhã, uma loja de tintas perdeu R$5 mil depositados pela gerente aterrorizada com o risco de uma invasão de bandidos. O pânico chegou quando a voz do telefone deu detalhes do número de pessoas dentro do recinto e a cor das roupas que elas estavam vestindo.
Em uma farmácia, no centro da cidade, o prejuízo financeiro foi de R$2.400,00. Em uma loja de calçados o depósito na conta do bandido foi de R$2 mil. Já em cinco outras lojas de roupas, os prejuízos variaram de R$800,00 a R$3.500,00.
Alguns comerciantes decidiram relatar os fatos agora, diante do crescimento do número de vítimas e da explosão das tentativas de golpe. Segundo eles, quanto maior a divulgação desta realidade, menos prejuízos ocorrerão na cidade.
Um comerciante até chegou a escrever em um aplicativo: “Meu testemunho para servir de exemplo. Por mais bobo que você possa achar, não deixe de alertar seus funcionários e gerentes. Achei ridículo esse golpe e não acreditei que aconteceria comigo. No entanto, minha gerente, no momento de pânico, fez um depósito. Infelizmente em algum momento de fragilidade emocional, isso pode acontecer. Se eu tivesse passado para a equipe que esse tipo de golpe estava acontecendo na cidade, poderia ter evitado. Além do prejuízo financeiro, fica o trauma emocional”.
A Polícia Civil e a Polícia Militar voltam a recomendar aos lojistas que deem ciência dos fatos aos seus funcionários, a fim de que eles não se deixem levar pelo medo. Recomendam também que logo nos primeiros momentos da conversa desliguem o telefone, pois se as ameaças forem prolongadas o pânico cresce já que são estelionatários bastante profissionais.
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