O sonho da casa própria tem ficado distante para muitas famílias brasileiras. Com as altas taxas de juros e inflação batendo na casa dos dois dígitos, investir no imóvel, seja uma casa ou apartamento, ficou mais caro, contrastando com a realidade financeira de milhares de brasileiros.
A começar pela Selic - a taxa básica de juros - já é possível compreender como ficou dispendioso o financiamento imobiliário. Em junho de 2021, a Selic estava em 4,25% ao ano. Atualmente, ela está em 13,25% ao ano. Com os juros mais elevados, naturalmente os empréstimos e financiamentos ficam mais caros.
Outro fator que tem forte influência na compra da casa própria é a inflação. No caso da construção civil, o INCC (Índice Nacional de Custos de Construção-M) subiu 2,81% em junho. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice registra alta de 11,75%.
Segundo o corretor de imóveis Ronaldo Teixeira, da Imobiliária São Francisco, todo esse cenário tem feito com que mais pessoas priorizem a locação do imóvel e não mais a compra. No seu estabelecimento, por exemplo, as opções de casas e apartamentos para alugar foram todas adquiridas.
Falando ao Jornal da Manhã, Ronaldo afirmou que, com custos mais altos na construção civil, as entradas para os financiamentos se tornaram inviáveis para muita gente.
O corretor lamentou essa dificuldade para dar a entrada e disse que as famílias acabam pagando de aluguel o mesmo que poderiam pagar na prestação do financiamento.
Por outro lado, se a venda de casas e apartamentos não está num bom momento, o mesmo não se pode dizer das grandes fazendas. Mesmo valendo mais, elas estão chamando atenção de muitos investidores.
Ronaldo Teixeira evitou fazer previsões para os próximos meses com relação ao mercado, mas se mostrou otimista de que o setor possa melhorar nesse segundo semestre, com a redução dos juros e da inflação, aumentando o poder de compra dos consumidores.
