Milhares de paraminenses celebraram ontem a Paixão e Morte de Jesus. Em um dos dias mais importantes para o catolicismo, a Sexta-Feira Santa foi marcada, mais uma vez, pela oração, reflexão e sacrifícios.
A data recorda o dia em que Jesus Cristo morreu crucificado e está inserida no tríduo pascal, em que se realizam as últimas celebrações da Semana Santa. É o único dia em que a Igreja Católica não celebra missas em todo o mundo.
As atividades começaram logo nas primeiras horas do dia com a Via Sacra, que se refere ao trajeto percorrido por Jesus carregando a cruz até o Calvário. Grupos de oração independentes ou ligados a alguma paróquia promoveram caminhadas penitenciais relembrando as 15 estações que marcam desde a condenação até a ressurreição do Senhor.
A maioria dessas caminhadas teve como destino o mirante do Cristo Redentor. Seja pela escadaria ou pelo acesso via bairro Redentor, as pessoas enfrentaram o sol e o cansaço para chegar aos pés da imagem. Nas mãos, terços e garrafinhas de água e no coração, muita fé.
Entre os fiéis, o Jornal da Manhã observou uma grande parcela de jovens. Destaque para o grupo EAC da Paróquia Nossa Senhora da Piedade, que levou quase 50 pessoas para o alto da Serra do Cristo. Um dos coordenadores, Marcos Ribeiro falou do sentimento de participar de um momento tão importante para a Igreja Católica.
A chegada ao mirante era sempre marcada pela emoção de ter superado o sol e o cansaço e estar diante da imagem de Jesus Cristo com os braços abertos para Pará de Minas. Para Maria Eduarda Santos Faria essa cena representa muito do que significa a Sexta-Feira Santa. Segundo ela, a data não deve ser encarada apenas como um luto, mas também como momento de reflexão dos fiéis enquanto sociedade.
As celebrações da Via Sacra também aconteceram pela manhã nas paróquias, cada uma com sua programação e com atividades dentro das próprias igrejas. E à tarde aconteceu o ponto alto da Sexta-Feira Santa. Às 15h, horário em que Jesus foi morto, as paróquias celebraram a Ação Litúrgica da Paixão e Morte de Cristo.
A cerimônia consta de três partes: liturgia da Palavra, adoração da cruz e comunhão eucarística. As igrejas ficaram completamente lotadas, atestando a consciência da comunidade católica para a importância da celebração.
Padre Leonardo Moisés Azevedo, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, ficou feliz com a participação popular, especialmente no rito da Ação Litúrgica. Segundo ele, 2023 marcou uma retomada total dos fiéis após anos de igrejas vazias por causa da pandemia de covid-19.
Ao Jornal da Manhã, Padre Leonardo também fez uma análise do período quaresmal e das reflexões trabalhadas pela Campanha da Fraternidade. Neste ano, a ação teve o tema “Fraternidade e Fome”, com o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer!”.
De acordo com o sacerdote, a conscientização não pode ficar restrita à campanha, devendo ser trabalhada e praticada todos os dias, pois muitas pessoas ainda sofrem por ter condições de se alimentar.
Padre Leonardo ainda chamou atenção para os sacrifícios. É que durante a quaresma, muitas pessoas fazem algum tipo de penitência, como não comer doces, não beber cerveja ou refrigerante, entre outros tipos. Ele explicou qual o real significado desta ação e como utilizá-la como ponto de melhoria de vida.
A sexta-feira ainda reservou muita emoção à noite com a encenação do Descendimento da Cruz, Sermão das Sete Palavras e a Procissão do Enterro. Mais uma vez, as paróquias tiveram liberdade para organizar a celebração. Houve apresentação nas paróquias Santo Antônio, São Pedro, Nossa Senhora da Piedade, São Francisco, Nossa Senhora Auxiliadora e Nossa Senhora da Conceição.
