Representando cerca de 15% da população nacional, com mais de 31 milhões de pessoas – segundo dados do IBGE – a população idosa tem sido vítima de uma crescente onda de violência no Brasil.
Um levantamento da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos mostra que a pandemia de covid-19 agravou uma situação que já era considerada como preocupante, pois a partir do confinamento da maioria das pessoas, houve uma explosão de denúncias de violência contra aqueles que estão na terceira idade.
Em 2018, dois anos antes da crise sanitária, foram registradas quase 38 mil denúncias através do Disque 100. Já em 2022, dois anos depois do início da pandemia, o país contabilizou mais de 87 mil denúncias, com destaque para o segundo semestre, que teve mais de 50 mil registros.
Ainda de acordo com a Ouvidoria, cerca de 80% das violações contra os idosos ocorrem na casa onde ele mora e são praticadas por pessoas da família, como filhos e netos, ou até mesmo por vizinhos.
Não há um fator que explique o motivo de tanta violência entre pessoas do próprio convívio, mas os números mostram que, além do amor, são necessários mais capacitação e cuidado na relação com o idoso, principalmente o que possui mais debilidades.
Segundo Hélio Márcio, que trabalha em Pará de Minas como cuidador de idosos, é uma tarefa cheia de desafios que requer das famílias e demais cuidadores muito mais que boa vontade com o próximo.
Hélio Márcio ainda chama atenção dos familiares de algum idoso que o cuidado a essa pessoa é uma obrigação prevista em lei, mais precisamente no artigo 3º do Estatuto do Idoso. A legislação cita que, além da família, o dever também é da comunidade, da sociedade e do Poder Público.
Ao todo, existem oito tipos de violência contra população idosa: física, psicológica, institucional, patrimonial, sexual, financeira, discriminação e negligência. Para denunciar algum caso de violência, a vítima ou qualquer outro cidadão podem ligar no Disque 100.
Em Pará de Minas, a denúncia também pode ser feita no Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa, no telefone 37/ 3233-5939.
Fotos_ Rádio Santa Cruz FM/Amilton Maciel - Site Pixabay
