O Ministério da Saúde fez um alerta à população mineira com relação ao mosquito Aedes aegypti. Segundo a pasta, Minas Gerais é um dos estados com potencial epidêmico para a dengue em 2024. A informação foi dada durante a divulgação dos dados do Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) 2023. O estudo mostrou que 1.506 municípios brasileiros têm classificação de alerta para infestação do mosquito e 189 municípios têm classificação ainda mais alta, de risco.
Os números divulgados pelo Ministério da Saúde também indicam que os casos de dengue no Brasil aumentaram quase 16% em 2023 em relação ao ano passado. Foram 1,6 milhão de registros neste ano. A quantidade de óbitos também aumentou, passando de 999 em 2022 para 1.053 mortes este ano.
A pasta avaliou que, fatores como a variação climática, o aumento das chuvas, o número de pessoas suscetíveis às doenças e a mudança na circulação de sorotipo do vírus são fatores que podem ter contribuído para esse crescimento.
Infelizmente o maior número de focos do mosquito continua surgindo dentro das residências, o que acende o alerta para a importância de se adotar um comportamento preventivo com urgência.
De acordo com Cláudia Aparecida, supervisora de uma equipe de combate à dengue em Pará de Minas, o poder público tem feito o que pode, mas nem todas as famílias abrem as portas para que a vistoria seja feita pelos agentes.
A fala de Cláudia é comprovada pelos números do LIRAa nacional, que apontou que 74% dos criadouros do mosquito da dengue estão nos domicílios, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeiras, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção.
Ainda de acordo com o levantamento, depósitos de armazenamento de água elevados e no nível do solo, como caixas d’água, tambores, barril, cisternas, poço, entre outros, aparecem como segundo maior foco de procriação dos mosquitos, com 22%, enquanto depósitos de pneus e lixo respondem por 3,2%.
Cláudia Aparecida lembra que não é difícil combater o mosquito, já que exige bem pouco tempo e ações que podem ser realizadas de forma natural, cuidando da higiene dos quintais e eliminando possíveis criadouros.
De acordo com a Vigilância em Saúde de Minas Gerais, Pará de Minas já registrou, neste ano, 1347 casos prováveis de dengue, sendo 1150 confirmados e um óbito sob investigação. Em relação à chikungunya, foram 155 casos prováveis, 148 confirmados e nenhum óbito. Também não foram registrados casos de zica no município.
