O Governo de Minas mantém a intenção de municipalizar as escolas estaduais do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, através do programa Mãos Dadas. A ideia é repassar aos municípios a responsabilidade pelo ensino das crianças desta etapa da educação básica, oferecendo contrapartida financeira às prefeituras que aderirem ao projeto.
Caso Pará de Minas aceite a proposta várias escolas da rede estadual serão incorporadas à rede municipal, entre elas a Frei Concórdio, Clóvis Salgado, Torquato de Almeida, Ademar de Melo, Professor Wilson, Governador Valadares, João Ferreira e Francisco Assis Viana, em Tavares, impactando a vida de muitos alunos.
A proposta do governo mineiro é municipalizar plenamente alguns estabelecimentos e os demais de forma parcial. A iniciativa não está sendo vista com bons olhos pelos professores e nem pelos pais de alunos, que estruturaram um movimento que recebeu o nome de Sem “Mãos Dadas”.
Essa denominação é o oposto do projeto governamental, intitulado Mãos Dadas. Uma das líderes da mobilização é a professora Cristiana Teixeira da Silva, que liderou o movimento de forma virtual, para evitar aglomerações.
Através desse documento, que reúne 800 assinaturas, a professora pretende buscar apoio da Câmara Municipal, apontando riscos e prejuízos para a educação e a vida profissional dos educadores:
O grupo tem encontro marcado hoje com a vereadora Irene Melo Franco e a expectativa é grande:
Outras cidades também têm realizado movimentos contrários, mas o Governo de Minas dá sinais de que não pretende retroceder na iniciativa. A pretensão da Secretaria Estadual de Educação é de colher assinaturas dos municípios que fizerem adesão ao Mãos Dadas em junho, apresentando o plano de trabalho e os termos do convênio. Mas o debate continua, inclusive, na Assembleia Legislativa, onde os deputados devem avaliar o projeto.
A Prefeitura de Pará de Minas tem avaliado o assunto, mas ainda não tomou decisão a respeito. Na Secretaria Municipal de Educação, a única informação divulgada é que o município precisa conhecer melhor a proposta. A Superintendência Regional de Ensino também aguarda outras informações a respeito, para avançar com o processo caso realmente seja efetivado.
Já o Sind-Ute, que é a entidade que representa a classe, desde o primeiro momento vem reagindo com críticas, alegando que os prejuízos serão grandes tanto para o processo educacional como para os profissionais da área. De imediato, o impacto da municipalização pretendida pelo Governo de Minas afetaria quase 3.500 alunos em Pará de Minas.
Fotos: Arquivo/Rádio Santa Cruz FM e Arquivo Pessoal